Deputada federal por Mato Grosso do Sul e anunciada como a próxima Ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM) esteve nesta sexta-feira (9) na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) e anunciou que o pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) é de que o Brasil dobre a produção no agronegócio, já responsável por 30% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
“Nós precisamos melhorar a logística para escoar, baixando assim os preços e abrindo mercados para que o Brasil seja mais competitivo no exterior. Eu tenho certeza de que capacidade os nossos produtores têm e facilmente atingiremos essa meta”, comentou em entrevista coletiva.
Meio Ambiente
Uma das parlamentares que opinou contra a fusão do Ministério com o Meio Ambiente, Tereza deve validar o nome indicado para a pasta. “Foi feito esse anúncio e agora não terá mais a fusão. É uma atitude madura e sensata porque existem pautas distintas. Mas a ideia do presidente e da equipe era apenas seguir a tendência mundial de unir os ministérios. Só no Brasil é assim ainda. Mas é assim porque temos todo um ecossistema e riquezas naturais incomparáveis. Talvez, no futuro, aconteça essa fusão”, disse.
A crítica de Bolsonaro a atual gestão é o engavetamento de projetos na área por conta de ‘portarias e burocracia’. “Ninguém vai descumprir a lei. O governo quer simplificar, readequar sem perder a segurança ao meio ambiente. Só não pode engavetar projeto, perder recurso porque ninguém decide”, pontuou a deputada.
Multas
O Brasil soma, atualmente, R$ 15 bilhões em multas para produtores rurais, fato criticado pela futura ministra. “Existem setores mais poluidores e menos sustentáveis que têm multas muito menores. Há quase uma perseguição a quem produz no Brasil”, avaliou.
O governo quer acabar com a indústria da multa na área, incentivando a preservação ambiental, em um sistema que dê crédito ao produtor. “No Cerrado, por exemplo, se você tem 100 hectares, pode produzir em apenas 80. Quem paga os 20? Ninguém. Então queremos criar um sistema que incentive o produtor a manter a preservação ambiental, de forma que ele prefira manter intacto do que avançar em áreas”, propôs.
“Temos que produzir com sustentabilidade. No Pantanal, temos atividade turística, de observação de pássaros. Temos que criar condições para o homem pantaneiro sobreviver, Regras claras e que possam ser atingidas. Isso é acabar com a indústria da multa”, defendeu.
Transição
Apesar de ter se encontrado com o presidente eleito ontem em Brasília, Tereza admitiu que nenhum detalhe da pasta ainda foi passado. “Isso só vai acontecer na semana que vem, quando eu devo me reunir na terça-feira (13) com o atual ministro, o Blairo Maggi. Ainda não sei se vamos integrar a agricultura familiar, a pesca. A minha intenção, e eu já afirmei isso ao presidente, é de que seja assim. Mas o desenho do Ministério é feito pela equipe dele e nós vamos definir essas questões. Nós temos menos de 60 dias para definir como ficará o Ministério, que atualmente já funciona e é conduzido muito bem”.
Ainda na próxima semana, Tereza acredita que serão anunciados os ministros das Relações Exteriores, Meio Ambiente, Saúde e Educação.