G1
O dólar terminou o mês de setembro em alta nesta sexta-feira (28), voltando a ficar acima de R$ 4, com o mercado financeiro atento a novas pesquisas sobre a corrida eleitoral e ao cenário no exterior.
A moeda norte-americana subiu 1,12%, vendida a R$ 4,0378. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,0498. Na mínima, caiu a R$ 3,9894.
No mês de setembro, o dólar acumulou queda de 0,84% e, na semana, perdeu 0,23%. Contudo, no acumulado do ano, ainda sobe 21,86%.
O dólar turismo fechou cotado a R$ 4,1998, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Cenário externo e político - No exterior, o dólar subiu em dia de mais aversão ao risco, após o governo italiano ter divulgado um orçamento para 2019 com um déficit três vezes maior que sua meta anterior.
Destaque para o euro, que operou em queda e chegou abaixo de US$ 1,16 pela primeira vez em duas semanas, uma vez que alguns investidores consideraram o orçamento italiano como um desafio às exigências da União Europeia.
A formação da taxa Ptax (taxa média fixada pelo BC e usada em contratos de câmbio) de final de mês também influenciou a cotação.
O cenário eleitoral, por sua vez, trouxe cautela aos investidores, a pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições presidenciais.
Atuação do BC - O Banco Central concluiu na véspera a rolagem do vencimento de swap cambial, equivalente à venda futura de dólares, de outubro e, após o fechamento do mercado, já anunciou o início da rolagem de novembro a partir da próxima segunda-feira (1).
A oferta será de até 7,7 mil contratos que, se mantidos até o final do mês, rolarão integralmente o total de US$ 8,027 bilhões em swap que vencem no penúltimo mês de 2018.
Última sessão - Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,85%, vendida a R$ 3,9931. A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 4 foi em 20 de agosto, quando encerrou a sessão a R$ 3,9566.
O mercado de câmbio refletiu o fluxo de ingresso de recursos para o país e desmonte de posições compradas, com os investidores menos assustados quanto ao cenário eleitoral em sessão ainda marcada por melhora no cenário externo, depois que o Federal Reserve (BC dos EUA) sinalizou quatro altas de juros nos Estados Unidos até o final de 2019.
Novo patamar e perspectivas - A recente disparada do dólar aconteceu em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores passaram a comprar dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.
Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,83 para R$ 3,90 por dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar.