Por G1
Os 12 meninos de um time de futebol e o técnico deles foram retirados da caverna Tham Luang, no norte da Tailândia, onde estavam presos desde 23 de junho. Nesta terça-feira (10), foram resgatados os últimos quatro meninos e o técnico, de 25 anos. Foi o terceiro dia de operação para retirar o grupo da caverna e o mais desafiador, porque chovia e havia mais pessoas a serem resgatadas.
"Não temos certeza se isso é um milagre, uma ciência ou o que é. Todos os 13 Javalis [nome do time de futebol] agora estão fora da caverna", comemorou a Marinha tailandesa em post no Facebook.
Os garotos, que tem entre 11 e 16 anos, e o técnico ficaram 9 dias sem comer até serem encontrados por dois mergulhadores ingleses dentro da caverna inundada. A complexa operação de resgate teve a participação de 90 mergulhadores, sendo 50 estrangeiros e 40 tailandeses. No total, mais de mil pessoas fizeram parte dos trabalhos.
A dramática situação dos meninos presos na caverna causou comoção internacional. Uma complexa operação de resgate precisou ser organizada para retirá-los da caverna.
A missão era difícil: os estreitos, lamacentos e inundados caminhos eram um desafio até mesmo para mergulhadores experientes, que levavam cerca de seis horas para percorrer 4 km até onde estava o grupo, em uma encosta cercada por água. Um dos mergulhadores que levou suprimentos aos meninos morreu sem oxigênio quando voltava para a entrada da caverna.
As equipes de resgate chegaram a considerar tirá-los pela superfície da montanha, mas não encontraram cavidades na parte superior da caverna. A profundidade no ponto em que estavam era grande demais – entre 800 m e 1 km – e ainda havia risco de desmoronamento caso o solo fosse perfurado.
Para facilitar o resgate, bombas drenavam a água initerruptamente, mas os esforços tinham pouco resultado. Apesar dos milhões de litros de água bombeadas, o nível recuava lentamente.
O governo tailandês também considerou esperar meses até que a água baixasse, já que a saída pela água seria muito arriscada – alguns dos meninos não sabiam nadar e nenhum deles sabia técnicas de mergulho.
Mas, durante o fim de semana, a chuva deu uma trégua e a operação de resgate foi colocada em prática. A queda no nível de oxigênio na cavidade subterrânea e a elevação do dióxido de carbono também pressionaram as equipes a antecipar o resgate.
Tudo foi feito para preservar os meninos, seu treinador e suas famílias. Conforme as vítimas eram salvas, os nomes não eram divulgados nem para os parentes. Questões culturais, relacionadas ao respeito, explicam essa decisão.
Algum tempo depois que os últimos meninos e o treinador voltaram à superfície, o médico e os fuzileiros navais que entraram na caverna para auxiliar nos resgates também saíram das galerias subterrâneas.
Rachapol Ngamgrabuan, governador da província Chiang Rai e coordenador do esforço de resgate, não escondeu a emoção com o sucesso da operação.
"Este é um evento importante na minha vida. É algo de que me lembrarei. Houve momentos em que chorei. [Estou] Feliz. Muito feliz em ver o amor de todos os tailandeses", afirmou.
Voluntários e tailandeses celebraram o anúncio do bem-sucedido resgate com palmas e buzinaço. Líderes internacionais, como o presidente dos EUA, Donald Trump, e a premiê do Reino Unido, Theresa May, também comemoraram o sucesso da ação.
Ao sair da caverna, os resgatados foram atendidos em um hospital improvisado. Em seguida, foram transferidos de ambulância para um helicóptero e foram levados ao hospital da província de Chiang Rai, que fica a cerca de 70 km.
Nesta terça, houve certa demora em transferir os meninos para o helicóptero, mas três ambulâncias foram vistas deixando o local, de acordo com a BBC.
O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-o-chau, afirmou que os meninos receberam ansiolíticos (calmantes) antes de serem levados à superfície, segundo o “The Guardian”. Nos últimos dias, resgatados foram vistos chegar à superfície em macas.
As oito primeiras crianças salvas permanecem internadas, mas passam bem. Elas estão em quarentena para evitar alguma infecção, já que a saúde do grupo ficou fragilizada por causa do longo período de jejum forçado.
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