O dólar reduziu sensivelmente a alta vista mais cedo nesta quarta-feira, que o levou para perto de 3,37 reais, e operava com pequenas oscilações com movimento de correção, mas com o mercado ainda bastante cauteloso com a cena política e o futuro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quando a moeda encostou em 3,37 reais, os exportadores aproveitaram para vender e os especuladores, para desmontarem posições defensivas”, comentou o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
Nesta sessão, ocorre o Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do habeas corpus preventivo de Lula, já condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, e que pode resultar na prisão do ex-presidente e mudar a cena eleitoral.
Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro e o mercado o considera menos comprometido com as contas públicas.
No exterior, as tensões entre Estados Unidos e China aumentaram depois que Pequim respondeu rapidamente aos planos norte-americanos de adotar tarifas sobre outros 50 bilhões de dólares em bens chineses, retaliando com uma lista de taxas similares sobre importações dos Estados Unidos.
O dólar exibia suave queda ante uma cesta de moedas e passou a operar misto ante divisas de países emergentes.
“Os emergentes seriam os grandes perdedores no caso de uma guinada mais acentuada em direção ao protecionismo, mas é pouco provável que as medidas mais recentes tenham grande impacto sobre as exportações globais dos mercados emergentes”, escreveu a empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics em relatório.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio, por ora. Em maio, vencem 2,565 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.
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