Reuters/DA
O dólar terminou a segunda-feira em alta ante o real e voltou a anular a queda acumulada em 2018, com cautela dos investidores diante de eventual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a cena política local, com o futuro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A semana traz importantes desafios... a única certeza que teremos é a continuidade da ‘volatilidade’”, escreveu a Correparti Corretora em relatório.
A China elevou tarifas em até 25 por cento sobre 128 produtos dos Estados Unidos, de carne suína congelada e vinho a certas frutas e nozes, ampliando a disputa entre as duas maiores economias do mundo em resposta à tarifas norte-americanas sobre as importações de aço e alumínio.
Em resposta, a Casa Branca acusou a China de distorcer os mercados globais e afirmou que o país não deve focar em “exportações justas dos Estados Unidos”.
Além disso, o presidente Donald Trump promete para esta semana o alvo de tarifas que devem afetar cerca 60 bilhões de dólares em produtos da China com o objetivo de punir Pequim por políticas de transferência de tecnologia.
Com isso, o dólar caía ante uma cesta de moedas, mas subia ante divisas de países emergentes, como os peso chileno, mexicano e a lira turca.
O feriado no mercado europeu enfraqueceu um pouco o volume negociado nesta sessão.
Internamente, o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 4 sobre o habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula, condenado em segunda instância por crime de corrupção, também deixou o investidor em compasso de espera.
Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais, é considerado pelo mercado financeiro um candidato menos comprometido com as contas públicas. Com a confirmação de sua condenação no caso do tríplex no Guarujá em segunda instância, Lula deve ficar impedido de entrar na corrida eleitoral por conta da Lei da Ficha Limpa, mas o mercado também teme sua influência na campanha eleitoral deste ano.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio, por ora. Em maio, vencem 2,565 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.
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