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O dólar não conseguiu sustentar a queda que o colocou abaixo de 3,20 reais pela manhã e terminou a segunda-feira em alta, com os investidores aumentando a cautela antes do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá afetar a corrida eleitoral deste ano.
O dólar BRBY avançou 0,25 por cento, a 3,2092 reais na venda, depois de atingir a mínima no dia de 3,1825 reais. O dólar futuro DOLc1 subia cerca de 0,40 por cento.
“Apesar do otimismo em relação ao desfecho do julgamento, faz sentido (o mercado ficar mais cauteloso)”, afirmou o operador da H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
O mercado avalia que Lula seria um candidato menos comprometido com o controle das contas públicas.
“O mercado reagirá com otimismo se ele for condenado por 3 a zero, resultado que pode sustentar o dólar abaixo de 3,20 reais”, acrescentou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, referindo-se aos três desembargadores que farão o julgamento em segunda instância e ao resultado que poderia dificultar novo recurso do ex-presidente.
Até a decisão final, a defesa do ex-presidente tem vários recursos para adiar o processo e tentar evitar que, no dia dos registros das candidaturas, em 15 de agosto, Lula possa ser considerado inelegível.
Mais cedo, o dólar acompanhou de perto o cenário externo, onde a moeda norte-americana perdia terreno ante outras divisas com a paralisação do governo norte-americano após falta de entendimento entre democratas e republicanos no Senado.
O governo dos Estados Unidos foi paralisado neste fim de semana após impasse político que impediu acordo para fechar o Orçamento do país. Nesta tarde, os parlamentares chegaram a um acordo para reabrir o governo federal, que seria votado ainda nesta segunda-feira.
O dólar recuava ante uma cesta de moedas .DXY e também algumas divisas de países emergentes, como o rand sul-africano ZAR= e o peso chileno CLP.