Luciene Carvalho, Redação Nova News
Não há como não se vislumbrar diante da história de vida de Sérgio Braga, de 48 anos, que saiu de Curitiba, Estado do Paraná, no último dia 9 de dezembro, para encarar uma ultramaratona de 800 quilômetros até chegar em seu destino final que é o município sul-matogrossense de Ivinhema.
Entrevistado pela reportagem do Nova News, o atleta deu detalhes de como surgiu a ideia de colocar o pé na estrada para o difícil desafio. Trata-se, segundo ele, de uma meta a ser atingida no intuito de levar uma mensagem de motivação às pessoas através de uma campanha de arrecadação para ajudar uma amiga de muitos anos, Thais Letícia Lima, de Curitiba, que há dois meses ficou paraplégica e precisa de recursos para custear o tratamento. A meta é arrecadar R$ 20 a cada 10 km.
A escolha como Ivinhema para dar fim ao desafio, conforme explicou, é porque a mãe Laurice Braga, que também é cadeirante, mora naquele município. “Vários são os propósitos desse desafio que me prontifiquei a fazer, mas o principal que posso referenciar são essas duas cadeirantes. Ter a satisfação de dedicar a elas a minha homenagem por todo esse esforço que estou fazendo”, destacou.
Os planos iniciais do atleta não saíram como o esperado. Sérgio Braga partiu de Curitiba para a ultramaratona ao lado do filho. “Devido a problemas físicos no decorrer do trajeto, ele teve que abandonar o desafio no sexto dia. Tínhamos percorridos já 300 quilômetros em uma região montanhosa com pontos distantes de apoio, como um posto combustível, que chegava a ter uma distância de 40 quilômetros. Lutando contra o forte sol, chegamos a sentir muita sede. Foi quando meu filho precisou parar já que aumentava a cada instante o nível de dificuldade”.
Dando continuidade à missão que se propôs, Braga afirmou que quando conseguiu atravessar o Rio Paraná a emoção foi tamanha ao saber que faltava muito pouco para chegar em Ivinhema. “Foi de fato muito emocionante. Ter a certeza que vai dar tudo certo pelas minhas condições físicas e emocionais. O que mais me gratifica é o carisma em que eu fui surpreendido no decorrer todo o trajeto recebendo mensagens de apoio e incentivo, além de receber contribuições para a campanha. Fatores como esse que só me fortaleceram”, pontuou Braga.
De carreta de caminhão a borracharia desativada, tudo foi local de descanso para o atleta. O preparo para a ultramaratona, segundo ele, começou bem antes com uma dieta equilibrada a base de carboidratos, proteínas e bastante líquido. “É necessário muito treinamento. Já fiz esse trajeto há cinco anos de bicicleta e decidi encará-lo novamente só que a pé”, relatou.
Ao fim da entrevista, o atleta disse que a mensagem que quer transmitir às pessoas é que, a ultramaratona que decidiu fazer, sirva como um retrato de vida para mudar o conceito de difícil e impossível. “Não apenas me referindo à importância da atividade física, esse desafio representa correr atrás de tudo aquilo o que se quer na vida. Que as pessoas explorem aquilo que elas podem ao máximo como, por exemplo, que os jovens entrem e consigam sair da faculdade para posteriormente construírem uma carreira profissional”.
Sobre quem é Sérgio Braga, ele relatou que é empresário em Curitiba onde mora desde que saiu de Ivinhema por volta dos 18 anos de idade. “Sou aquele guri que há 30 anos saiu apenas com uma mochila nas costas, em cima de um caminhão de mandioca, a fim de ir embora para Curitiba e hoje aqui estou dando esta reportagem”, concluiu.
O atleta passou por Nova Andradina nesta sexta-feira (22) onde pernoitou para seguir a caminhada rumo à Ivinhema na manhã desse sábado, dia 23. (colaborou Almir Portela)
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