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Às margens de córrego, oito famílias vivem em situação de calamidade

Às margens de córrego, oito famílias vivem em situação de calamidade

23/12/2017 às 09h27 Atualizada em 23/12/2017 às 12h27
Por: RegiãOnline
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Campo Grande News

 

Elizabeth Araújo dos Santos, 47 anos, diarista, três filhos e o barraco sendo levado por uma erosão. Marciele da Silva Riquelme, 18 anos, mãe de duas crianças, uma de 2 anos e outra de um mês, vive a mesma realidade às vésperas do Natal. Essa é a realidade delas e de mais seis famílias que moram às margens do Córrego do Bálsamo, na Avenida Guaicurus.

Assim como Elizabeth, a maioria das pessoas que estão às margens do córrego afirmam que foram despejadas de suas casas após perder o emprego e não conseguir pagar aluguel e demais despesas. "Se paga o aluguel, não come", define a diarista.

 

Com o barraco escorado e parte dele já em suspenso, ela lembra que por pouco não aconteceu uma tragédia com a última chuva forte. "O galho caiu em cima da casa do meu filho, e ele estava dormindo, por pouco não cai na cabeça dele", lamenta mostrando o galho grande que ainda está sobre o telhado da casa do jovem de 26 anos.

Perdas rotineiras - Objetos levados pelas enxurradas são comuns na vida dessas famílias que pouco tem e que quase se acostumaram a perder sempre.

Quando os ventos começam, Elizabeth já vai atrás de um abrigo para ela e os filhos mais novos, de 14 e 6 anos. "Quero sair daqui, mas para onde? Eu passo mal de susto, vou para a casa da vizinha de susto".

Marcielle também se preocupa com suas crianças, principalmente agora com o aumento das chuvas e a volta da filha de dois anos para casa, depois de uma temporada na casa da tia para que a jovem pudesse dar o máximo de atenção para o bebê recém-nascido. "Ela vai voltar e é mais uma preocupação".

Antes de ter o próprio barraco na região, que aconteceu há aproximadamente nove meses, a jovem morava com a cunhada, vizinha dela. Gracielle Campos de Abreu tem 27 anos, e vive sozinha com quatro filhos.

"Eu queria sair daqui, mas eu não estou trabalhando, senão já tinha saído. Não vejo problema em pagar aluguel", afirma Gracielle. Ela passou a morar no local depois de dever mais de quatro mil reais em despesas de casa, dentre aluguel, água e luz.

Outra grande preocupação das cunhadas é em relação às brincadeiras das crianças, que têm 9, 4, 5 e outra de 2 anos. "Eles brincam aqui na frente, mas sempre a gente tem que mandar eles saírem da calçada, quando não é isso, eles estão no quintal e tem que mandar sair de perto do córrego".

O Chefe da Divisão de Operações da Defesa Civil, Lenirdo Pedroso, afirma que a situação no local é extremamente precária, mas a não ser que haja situação alarmante, não será possível remoção das famílias. "De nada adianta a gente tirá-los de lá e não ter um local descente para alojar essas famílias", resume.

Marciele Vive com os dois filhos, um deles de um mês, em moradia improvisada.

Marciele Vive com os dois filhos, um deles de um mês, em moradia improvisada.

Dá para ver o córrego de dentro dos barracos.

Dá para ver o córrego de dentro dos barracos.

 

 

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