O dólar terminou a sexta-feira com leve alta ante o real, em sintonia com o comportamento das moedas emergentes no exterior, depois que o fechamento de vagas nos Estados Unidos em setembro não reduziu as apostas de alta de juros no país, uma vez que houve redução da taxa de desemprego e avanço da renda média.
Na mínima da sessão, o dólar marcou 3,1533 reais e, na máxima, 3,1788 reais. O dólar futuro tinha leve alta de cerca de 0,10 por cento.
“O furacão destruiu vagas nos estados por onde passou, mas a economia no geral parece estar indo muito bem. Assim, restam poucas dúvidas sobre a terceira alta dos juros deste ano em dezembro”, justificou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Os juros futuros passaram a precificar 93 por cento de chances de uma alta de juros no encontro de 12 e 13 de dezembro, ante 83 por cento antes dos dados.
No mês passado, em razão dos furacões Irma e Harvey, os Estados Unidos fecharam vagas pela primeira vez em sete anos, 33 mil no total. Mas os dados de agosto foram revisados para cima. Além disso, a taxa de desemprego, menos influenciada por esses fatores climáticos, caiu para 4,2 por cento, a menor desde fevereiro de 2001. E o salário médio por hora cresceu 0,5 por cento em setembro.
“A queda na taxa de desemprego pode persistir...para mais perto de 4 por cento por algum tempo”, escreveu o economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics, Paul Ashworth.
Após os números, o dólar saltou para a máxima em mais de dois meses contra o iene e para o maior nível em sete semanas contra o euro, subindo ante a cesta de moedas.
O dólar também operava em alta ante divisas de emergentes, como o rand sul-africano, o peso chileno e a lira turca.
À tarde, no entanto, o dólar passou a cair ante a cesta de moedas após a notícia de que a Coreia do Norte está preparando um teste com míssil de longo alcance que, acredita, poderia alcançar a costa oeste dos Estados Unidos.
Internamente, o cenário político seguiu como pano de fundo, com os investidores monitorando o andamento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
Na véspera, ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a tomar o depoimento do presidente no caso um decreto deste ano que mudou regras do sistema portuário.