AFP/HK
O Ministério russo das Relações Exteriores acusou os Estados Unidos, nesta sexta-feira (1º), de ameaçar a segurança de seus cidadãos com buscas na missão diplomática de San Francisco e nas residências dos diplomatas.
"A ameaça das autoridades americanas criou uma ameaça direta para a segurança de seus cidadãos russos", declarou a porta-voz da Chancelaria, Maria Zakharova, em um comunicado.
"Os serviços especiais americanos têm a intenção de realizar, em 2 de setembro, uma batida no consulado de San Francisco, incluindo os apartamentos dos funcionários", completa a porta-voz, acrescentando que as buscas serão realizadas pelo FBI (a Polícia Federal americana).
Na quinta-feira (31), os Estados Unidos ordenaram à Rússia que fechasse seu consulado em San Francisco, respondendo à redução imposta por Moscou ao número de funcionários e de diplomatas da missão diplomática americana nesse país.
O Departamento de Estado afirmou que essa medida foi decidida "no espírito da reciprocidade", acrescentando que o fechamento deve entrar em vigor antes de sábado.
Zakharova disse que o FBI havia ordenado aos diplomatas russos que deixassem suas instalações por 10 horas, ou 12 horas, acompanhados de suas famílias.
"Trata-se de uma intrusão em um consulado e nas instalações de pessoal diplomático. Além disso, eles mesmos foram mandados para fora para não incomodar os agentes do FBI", acrescentou.
"Protestamos, resolutamente, contra os atos de Washington que ignoram o Direito Internacional e, como acontece na diplomacia, nós nos reservamos a possibilidade de adotar medidas de represália", completou.
O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Yuchakov, já havia denunciado "uma espécie de controle ilegal", de acordo com a agência de notícias Tass.
A decisão americana de fechar o consulado russo em San Francisco é uma resposta à redução drástica de 755 para 455 diplomatas e funcionários - sejam russos, sejam americanos instalados na Rússia. A medida foi imposta no fim de julho por Vladimir Putin em represália a recentes sanções econômicas de Washington.
Esse imbróglio diplomático acontece em um momento de crescente deterioração das relações entre Rússia e Estados Unidos, uma escalada que vem desde a anexação da Crimeia por parte de Moscou, em 2014.
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