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Anny Malagolini
A morte de 1,1 bois confinados na fazenda Monica Cristina em Ribas do Rio Pardo, município a 40 quilômetros de Campo Grande, foi provocada por intoxicação pela ingestão de toxina botulínica, conhecida como botulismo. Para especialistas, casos de grande mortalidade causados pela doença são raros.
De acordo com o presidente do sindicato rural da cidade, o veterinário Robson Velos Ribeiro, casos de botulismo chegam a ser comum em Mato Grosso do Sul, mas neste volume, é a primeira vez que tem conhecimento. “Pode ser causada por contaminação na água, na ração, mas esse foi o maior volume que vi”, disse.
A doença se trata de uma intoxicação alimentar, portanto, não é infecto contagiosa, informou o Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul). Portanto, não existe risco de contaminação de rebanho de outras fazendas da cidade. Para o veterinário Henrique Vilarins, o caso também é tratado como raro e provocado por uma super intoxicação. “Mata em menos de 24 horas”.
A dona do rebanho, a 7 Pecuária, conforme informou Ribeiro, havia vacinado o gado, mas devido ao estado, nem mesmo ela foi suficiente para evitar os danos. O prejuízo estimado é de R$ 2 milhões.
O presidente do sindicato explicou que o gado deve ser vacinado contra a doença uma vez por ano, e após a primeira vacina deve ser injetado um reforço após 30 dias. “Faz parte do calendário, apesar de não ser uma obrigação”, comentou.
O laudo técnico do Iagro foi divulgado nesta sexta-feira, e acompanhando as suspeitas, o exame confirmou que a morte do rebanho foi provocada pelo botulismo. Os animais apresentaram paralisia dos membros e parada cardiorrespiratória.
A nota informa os primeiros resultados dos ensaios laboratoriais demonstraram a presença das toxinas botulínicas tipo C e D, confirmando a suspeita inicial do setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
E ressaltou que o Clostridium botulinum, bactéria produtora da toxina, está normalmente presente no ambiente e depende de condições favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como matéria orgânica, alta umidade e anaerobiose, o que pode ser evitado com boas práticas e cuidados na formulação, conservação e armazenamento dos alimentos a serem fornecidos aos animais.
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