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Encontro de Mulheres Negras celebra data emblemática em Corumbá

Encontro de Mulheres Negras celebra data emblemática em Corumbá

25/07/2017 às 18h55 Atualizada em 25/07/2017 às 22h55
Por: RegiãOnline
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diario.com.b r corumba

 

Na tarde desta terça-feira (25), A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Especial de Cidadania e Direitos Humanos, celebrou o Dia 25 de julho, data emblemática que celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, com um encontro no auditório do Sindicato Rural.

 

 

Evento desta tarde visa ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras em Corumbá

 

 

 

O prefeito Ruiter Cunha de Oliveira participou do evento e destacou que o momento é de reflexão. “Temos que fazer desta data uma comemoração, temos que rememorar todas as adversidades enfrentadas para se chegar até a data de hoje. Temos que refletir no que avançamos, no que construímos de Políticas Públicas para a igualdade e afastar de nosso meio qualquer discriminação. É esse o papel que desempenhamos nesse momento”, afirmou.

O evento teve como objetivo ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. Foi também a oportunidade de ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.

“Preparamos este evento com atividades educativas, rodas de conversa falando sobre a violência, sobre a anemia falciforme, doença que acomete a mulher negra e também sobre a autoestima que todas nós devemos ter. Contamos com apresentações culturais, com danças afro e boliviana, com direito ainda a degustação de alimentos afrodescendentes. Não celebramos apenas esta data , fazemos nosso trabalho diariamente, orientando essas mulheres na vida e trabalhando no combate à violência, pois há uma porcentagem muito alta de  mulheres negras vítimas de violência. Nossa meta é fazer sempre esse trabalho de empoderamento, de autoestima e de respeito às mulheres negras e corumbaenses” explicou ao Diário Corumbaense  Maria Angélica de Jesus Timóteo Amorim, responsável pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, vinculada à Secretaria Especial de Cidadania e Direitos Humanos.

O encontro contou com palestra sobre anemia falciforme com o professor Davi Vital do Rosário; debate sobre “A violência contra a mulher", com a professora doutora Claudia Araújo de Lima, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e conversa motivacional sobre “Autoestima”, com a professora Jane Contu. “Sem a autoestima em alta  ninguém luta. Devemos nos armar de autoestima, nos armar para lutarmos contra qualquer discriminação. Nossa caminhada hoje é que essa mulher saiba seu valor, ela luta de forma igual em qualquer setor”, afirmou Jane.

A tarde de celebração e reflexão contou também com atrações culturais, como: apresentação da Oficina de Dança; apresentação musical de o Canto das Três raças e Liberdade, com Braguinha, Serginho Araújo e Ninho, além de desfile de mulheres negras.

Uma das participantes na passarela foi Fabiane Gonçalves da Silva, 38 anos, eleita no carnaval deste ano, Musa Plus Size. “Ser mulher negra é conquistar seu espaço a cada dia. A mulher já enfrenta vários obstáculos na vida e ser mulher, e negra, são obstáculos duplos. Temos que provar o tempo todo que temos capacidade, que podemos, estamos na luta sempre. Eu assumi plenamente minha identidade, estou em momento de transição. Sempre tive cabelo alisado, mas decidi mudar, foi uma opção própria, de me assumir, de ter orgulho de minha raiz e hoje estou bem feliz. A moda sempre ditou regras e em minha casa era assim, eu seguia a minha mãe e minha mãe seguia a moda de ter sempre cabelo liso, tinha que manter o corpo e tenho certeza que se hoje ela estivesse viva, ela também assumiria nossa identidade”, ressaltou ao Diário Corumbaense.

A data

O dia 25 de julho celebra o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. A data foi criada em 25 de julho de 1992, durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, como marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

Cerca de 200 milhões de pessoas que se identificam como afrodescendentes vivem na América Latina e no Caribe, e são as mais afetadas pela pobreza, marginalização e pelo racismo que atingem ainda mais as mulheres negras. No Brasil, a data também é nacional, foi instituída por uma Lei de 2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza de Benguela foi uma importante líder quilombola que viveu durante o século 18. Os quilombos eram formados por aldeias de escravos que fugiam das fazendas. Ela era casada com José Piolho, que chefiava o quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Quando o marido morreu, ela assumiu o comando da comunidade, revelando-se uma líder.

 

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