Joaquim Padilha
Após quase ter os aparelhos que mantém seu corpo em funcionamento desligados na última sexta-feira (30), o pequeno bebê britânico Charlie Gard, que completa onze meses de vida nesta terça-feira (4), recebeu apoio do Papa Francisco e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que permaneça vivo.
Charlie nasceu no dia 4 de agosto com uma rara condição genética, que faz com que seu DNA mitocondrial se esgote, causando danos aos músculos e a seu cérebro. Por isso, o bebê é incapaz de mover braços e pernas, de comer e respirar por conta própria, tendo de ser mantido ligado a aparelhos.
Os pais do bebê, Chris Gard e Connie Yares, começaram uma briga judicial depois que médicos foram à Justiça alegando que os aparelhos da criança deveriam ser desligados, uma vez que ele não teria chances de sobreviver. A família alega, entretanto, que há um tratamento experimental para a doença nos EUA que ainda não tentaram.
O caso foi parar no Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que negou o pedido dos pais e determinou o desligamento dos aparelhos, alegando que é de interesse do bebê. O casal manifestou desespero em um vídeo publicado na semana passada, pedindo apoio para manter o filho vivo.
"Ele lutaria até o fim, mas não podemos mais lutar por ele", diz a mãe de Charlie. "Não podemos nem sequer levar nosso filho para morrer em casa", disse. O bebê é mantido no Grande Hospital Infantil de Ormond Street, em Londres.
O papa Francisco escreveu, em um canal oficial do Vaticano, que "defender a vida humana, sobretudo quando ferida por doença é um dever de amor que Deus confia a todos". O Hospital Menino Jesus pediu a transferência de Charlie para a unidade regida pelo Vaticano.
Mesmo não especificando como poderia ajudar no caso, o presidente Donald Trump declarou em suas redes sociais que os EUA "ficarão muito felizes em ajudar o pequeno #CharlieGard", como "nossos amigos no Reino Unido e o papa".
Um porta-voz do Hospital britânico afirmou que a instituição e os pais de Charlie estão "fazendo planos para cuidar dele e lhes dar mais tempo juntos como uma família", e pediu mais privacidade para a família "neste momento perturbador".
Já um porta-voz do Vaticano disse que Francisco "acompanha com afeto e emoção o caso do pequeno Charlie Gard e declara sua proximidade de seus pais". "O papa reza por eles, esperando que seu desejo de acompanhar e cuidar do filho até o fim não seja ignorado", completou.
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