Anny Malagolini e Wendy Tonhati (Foto: Cleber Gellio)
Cerca de 150 índios da etnia terena bloquearam na manhã desta terça-feira (25) um trecho de uma rodovia federal BR-163 em Campo Grande, na saída para Cuiabá, para pressionar o governo a reverter as mudanças impostas a Funai (Fundação Nacional do Índio), como a exoneração de funcionários. Os bloqueios começaram às 7h e causa engarrafamento de carretas e ônibus.
Os manifestantes colocaram galhos de árvores na estrada e ajudaram a interromper o trânsito no quilômetro 497, mas para evitar conflito, a pista está sendo liberada pelos próprios manifestantes a cada dez minutos, mas ainda assim há congestionamento. A rota é muita usada por caminhões que transportam produção agrícola e é o principal caminho para se chegar ao estado de Mato Grosso.
Segundo o Cacique Jânio da Aldeia Buriti, localizada entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buruti – a 70 quilômetros da Capital -, o protesto é motivado pela exoneração do presidente nacional da Funai, publicado pelo governo federal em 19 de abril, dia do índio e também pela extinção da extinção das CLT (Coordenação Técnica Local) da fundação.
A previsão é de impactos negativos profundos no trabalho diário, em setores estratégicos e no campo. As áreas mais afetadas são as responsáveis pelas demarcações e a análise do licenciamento ambiental de obras que afetam Terras Indígenas (TIs), além dos escritórios regionais.
Somente em Mato Grosso do Sul são sete coordenações, que funcionam em Bonito, Corumbá, Miranda, Sidrolândia, Brasilândia, Aquidauana e Nioaque. Ainda não há informação se o Estado será afetado pelo projeto do governo federal.
Estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que a população indígena de Mato Grosso do Sul é de 61.737 pessoas.
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