Por Campo Grande News
O temporal que atingiu Campo Grande na noite de sábado (31) foi mais intenso em bairros como o Jardim Noroeste, que reúne conjuntos de ocupação habitacional irregulares, onde famílias vivem em barracos. Parte das moradias foi completamente destruída e os moradores perderam tudo que tinham.
Na Rua Marechal Mallet moradores da “Comunidade do Linhão” ficaram assustados com o vento forte que atingiu a região. Auxiliar de serviços gerais, Francine Ferreira Ribeiro, 28, perdeu móveis, colchão e roupas, atingidas pela chuva e vigas do telhado que caíram com a força do temporal.
Ela estava no barraco durante a noite com o marido e a filha de 1 ano. “Escutei um estalo e na hora já peguei minha filha”, contou Francine, que conseguiu se abrigar próximo ao guarda-roupa. O móvel "segurou" parte do telhado, tornando-se abrigo para a família.
Barraco onde vivia Francine destruído pela chuva (Foto: Paulo Francis)
Morador leva o que sobrou do estrago causado pelo temporal (Foto: Paulo Francis)
“Esse guarda-roupa é feio, mas me salvou”, comentou ela. As vigas atingiram a geladeira e a chuva molhou colchão e roupas. Francine também não sabe se a cama vai ser recuperada. “Perdemos praticamente tudo”, disse.
Ela conseguiu abrigo na casa do cunhado, que vive na região. A família levou o pouco que conseguiu salvar do temporal, a exemplo de um fogão. Apesar do susto, ninguém se feriu.
No mesmo conjunto, na Rua Ferreira Viana, uma árvore atingiu o quintal do barraco onde vive Juliana Monique, 27. A árvore caiu na fiação e a casa ficou sem energia elétrica. Ela estava com os filhos de 2 e 4 anos, não ouviu o barulho durante a noite, mas ao acordar, percebeu que a casa estava sem luz.
Rua deu lugar à lama no Jardim Noroeste (Foto: Paulo Francis)
“E o medo que sentimos”, relatou. Na comunidade onde vivem mais de 100 famílias, segundo a moradora, outros barracos ficaram destelhados.
Em outro conjunto de barracos, na Rua Dom João Sexto, aproximadamente 15 moradias foram atingidas. A diarista Renata Cilene da Silva, 34, teve que buscar abrigo na casa da filha mais velha durante a noite. Ela vive “na beira do lixão” e estava na casa com a filha de 5 anos quando o temporal chegou por ali.
“Estava dormindo e escutei o barulho. Na minha cunhada molhou todas as coisas dela, colchão, roupa, móveis. Na minha casa por ser mais baixa só arrancou a parede, está arrumando agora, conseguiram umas madeiras para poder pregar e colocar a lona”, relatou.