Acácio Gomes, Redação Nova News
Foto/Arquivo: Regiaonline
Na tarde desta segunda-feira (19), uma adolescente de 13 anos foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros após uma tentativa de suicídio em Nova Andradina.
Conforme apurado pelo Nova News, por motivos que deverão ser investigados, a garota teria tentado cortar o pulso com uma espécie de lâmina.
O fato ocorreu no Bairro São Vicente de Paulo, de onde a adolescente foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros até o Hospital Regional Francisco Dantas Maniçoba. Um familiar acompanhou a garota.
De acordo com informações apuradas pelo Nova News, o homem identificado como Danilo da Silva Santos foi encontrado morto pela esposa na casa onde morava.
Pela forma como o corpo foi encontrado, há indícios que ele tenha atentado contra a própria vida. A ocorrência mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e Civil e da Perícia Técnica.
O tema do suicídio
Segundo a psicóloga Vanessa Leite, de Nova Andradina, que concedeu entrevista sobre o tema ao Nova News em fevereiro deste ano, falar sobre suicídio é muito complexo e abrange diversos aspectos. “Atualmente, os índices apontam aumento considerável desse ato de fuga da dor como também de transtornos mentais, além da maior busca por antidepressivos/ansiolíticos. Diante dessa realidade, cabe a nós fazer uma simples reflexão: por que esses números não diminuem?”, pontua ela.
Nas palavras de Vanessa, a maioria da população vive um intenso sofrimento psíquico. “Não basta apenas falar sobre essa questão social, é preciso abordar os vários fatores que contribuem para esta perda da valorização da vida, dentre eles, são muito recorrentes a depressão, conflitos familiares, término de relacionamentos amorosos e pressões psicológicas”, explica.
a avaliação da profissional, felizmente, as discussões sobre o tema vêm ganhando espaço significativo na sociedade, apesar disso não se pode negligenciar a relação entre transtornos mentais e as razões do suicídio, representando mais de 90% dos casos, e já se tornou problema de saúde pública.
Conforme a psicóloga, falar sobre o suicídio é refletir sobre a vida e não incentivar o ato. “A prevenção começa quando deixamos de lado os mitos que existem em relação a esse assunto e passamos a discutir sobre o problema. Devemos também identificar os sinais que antecedem a ação e saber como ajudar uma pessoa que pode estar em sofrimento. Às vezes esses sinais não são compreendidos pela sociedade, ou até mesmo são velados, mas significam um pedido de socorro. O indivíduo que pensa e tenta esta prática sempre comunica sua intenção de alguma forma”, afirma Vanessa.
“Precisamos ter sensibilidade para discutir essa realidade, olhar mais para o próximo, questionar a forma como vivemos e nos preocupar com as pessoas que estão morrendo aos poucos em vida. A ausência de lugares para falar sobre nossas dores e inquietações sugere a criação de espaços de circulação da palavra e escuta dos sentimentos e angústias. Conversar sem julgamento e acolher quem está em sofrimento pode salvar vidas”, garante.
Ainda segundo Vanessa Leite, a introdução de um tratamento com psiquiatras e psicólogos é fundamental para o processo de recuperação. “O apoio emocional da família é de suma importância, mas enquanto a sociedade não se conscientizar que o julgamento destrói os sentimentos de quem está sofrendo, essa realidade tem poucas chances de ser modificada. O suicídio pode ser evitado e sua prevenção é possível de ser realizada. Ainda temos tempo para evitar muitas tragédias. Não julgue quem se despede da vida todos os dias”, finaliza.
Valorização da vida
Para prevenir ocorrências de suicídios existe o Centro de Valorização da Vida (CVV). Fundado em São Paulo, em 1962, o CVV é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24h e sem custo de ligação) ou 141 (nos estados da Bahia, Maranhão, Pará e Paraná), pessoalmente (nos 89 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por do meio chat e-mail. Nestes canais, são realizados mais de dois milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 2.400 voluntários, localizados em 19 estados mais o Distrito Federal.
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