DOURADOSNEWS / VINICIOS ARAúJO
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Dourados já registrou 13 casos de maus-tratos a crianças entre 1º de janeiro e 15 de julho deste ano. O número avançou em dois registros, comparado ao mesmo período de 2018, quando 11 crianças acabaram vítimas de violência e abandono dentro de casa.
Ao todo, 2018 teve 27 casos de maus-tratos com incidência de uma morte.
Conforme o delegado regional da Polícia Civil, Lupércio Degerone, a maioria das ações está ligada ao alcoolismo, consumo de drogas e a maternidade/paternidade prematura.
“Em alguns casos vemos a completa inaptidão psicológica e estrutural para o exercício dessa função tão nobre. Há pais que sempre tiveram indícios de agressividade, violência, desde o convívio com os próprio pais, a sociedade e depois com a chegada dos filhos a transferência disso às crianças”, explica.
A idade das vítimas tem variado entre 1,9 a oito anos. O delegado garante que as polícias não medem esforços na repressão desse tipo de crime. Ele também comentou que os aspectos preventivos cabem a outros setores da sociedade organizada como igrejas, família, conselhos municipais, entre outros.
Outro órgão que atua no combate à violência e maus-tratos a crianças é o Ministério Público Estadual. Por meio da 17ª Promotoria de Justiça, o MPE adota providências extrajudiciais e judiciais cabíveis para fazer cessar o ato de violência e resguardar os direitos da vítima.
Conforme a assessoria, “as medidas podem incluir o afastamento do agressor do convívio familiar ou, até mesmo, a retirada da criança daquela situação vulnerante com a consequente inserção em família extensa biológica ou não biológica ou, em último caso, em serviço de acolhimento familiar ou institucional”.
Para a Justiça, a violência pode ser física, emocional ou psíquica. “Abandono, agressão, privação de alimento, maus-tratos, são algumas formas de violência. Os principais fatores, infelizmente, estão ligados ao consumo de álcool e drogas por parte dos responsáveis legais”, afirma o promotor Luiz Gustavo Camacho Terçariol.
Para o representante da Justiça, a sociedade precisa se comprometer e denunciar todo e qualquer caso de maus-tratos. “Calar-se é o pior mal para a situação de violência se perpetuar”, avalia.
CASOS
Do ano passado pra cá o registro com maior repercussão foi o do menino Rodrigo Moura Santos, 1, morto após ser agredido pela madrasta sob a conivência do pai, que também é acusado por maus-tratos.
Já neste ano, um menino de 3 anos foi agredido a chineladas pelo pai após ter beijado outra criança. Ele sofreu golpes no rosto e o pai acabou indiciado por lesão corporal dolosa, violência doméstica e outros agravantes.
No início de julho, mãe e padrasto foram presos acusados de espancar o filho da mulher de apenas dois anos. A polícia descobriu que no ano passado a criança precisou passar por cirurgia após ser pisoteada pelo acusado.
Neste final de semana uma mulher foi presa depois de bater na filha sem qualquer motivo, chegando até a colocar o dedo nos olhos da vítima. Logo na segunda-feira (15), um novo caso: pai desferiu chineladas no rosto do filho de apenas 3 anos após chegar bêbado em casa.