Acácio Gomes, Redação Nova News
Por meio de um aplicativo, a Polícia Militar chegou ao autor da ameaça. Aos militares, o estudante disse que escreveu a mensagem em tom de brincadeira. Ele foi detido e encaminhado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. O celular foi apreendido.
O segundo caso registrado em Campo Grande foi na Escola Estadual Padre José Scampini, no Coophavila II. O diretor procurou a polícia após tomar conhecimento de que uma pessoa estaria mandando mensagens em grupos de WhatsApp dizendo que a escola seria alvo de massacre.
Nas mensagens, o autor disse que sete pessoas vestidas de preto entrariam na escola nesta quinta-feira (11), no horário do recreio, e fariam um massacre. O responsável por repassar a mensagem não foi identificado.
Em Dourados, a polícia está monitorando um adolescente de 17 anos, após identificar a suspeita de um possível ataque contra colegas e professores da escola pública onde estuda.
Nesta quarta, (10), uma equipe do SIG (Serviço de Investigações Gerais) cumpriu mandado de busca na casa do estudante e apreendeu o celular dele, um canivete e uma “faca oculta”, feita pelo próprio adolescente usando um cabo de estilete de cortar papel. No nome da escola e o bairro onde o rapaz moram não foram revelados.
Com esses três casos, chegam a nove o número de ameaças de massacres em escolas públicas do Estado.
Bataguassu
No início de abril, a Polícia Militar do Distrito de Nova Porto XV, em Bataguassu, foi procurada pelo diretor de uma escola local, após uma funcionária ser ameaçada de morte por um aluno. De acordo com informações repassadas ao Nova News, um estudante de 18 anos, além de ameaçar uma servidora da unidade escolar de morte, espalhou as ameaças via grupo no Whatsapp.
Apreensivo, o diretor da instituição procurou o pelotão da Policia Militar no distrito, onde relatou o fato e registrou um boletim de ocorrência, que será encaminhado para a Polícia Civil, para devidas providências. O comandante do grupamento, Subtenente Mak Franco de Oliveira, que também é instrutor do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), esteve na escola.
Naquela ocasião, Oliveira participou de uma reunião com servidores e posteriormente com pais e alunos, momento em que foram repassadas orientações sobre o uso das redes sociais para disseminar conteúdo impróprio, bem como suas responsabilidades.
Nova Andradina
Em 15 de março, poucos dias após o massacre de Suzano (SP), o Nova News teve acesso e um print de uma ameaça supostamente praticada contra uma escola localizada em Nova Andradina. Na imagem, que começou a circular em grupos de Whatsapp, é possível observar alguém segurando uma arma fogo.
Além da foto do revólver, há algumas frases ameaçadoras, em tese, contra a Escola Estadual Padre Anchieta, localizada na Rua Santa Lúcia, Bairro Vila Operária. Apesar da baixa qualidade do print, é possível ler: “Padre Anchieta né? Fica esperto. O trem tá chegando. Vocês vão morrer”.
Naquela ocasião, o site apurou que a direção da escola havia registrado um boletim de ocorrência por crime de ameaça e que o caso era apurado pela Seção de Investigações Gerais (SIG), da Polícia Civil, que tentava identificar a origem da postagem. A Polícia Militar também havia sido acionada de forma preventiva.
Na tarde do mesmo dia, em contato com a delegada Daniella de Oliveira Nunes Leite, de Nova Andradina, a reportagem obteve novas informações sobre o caso. Segundo ela, em uma análise preliminar, seria possível afirmar que o print não teria relação com a escola de Nova Andradina.
“Localizamos a mesma imagem circulando em outras cidades, inclusive de outros estados, onde também há escolas com o nome de ‘Padre Anchieta’, como Pilar do Sul (SP) e outros municípios paulistas. É possível que alguém tenha agido de má fé com objetivo de causar pânico na população de alguma destas cidades, sendo que a postagem viralizou e chegou até Nova Andradina, onde também há uma instituição de ensino com esta nomenclatura”, afirmou Daniella naquela ocasião.
Alerta
Desde o ataque ocorrido em uma escola na cidade de Suzano (SP), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio de suas instituições policiais, tem atendido diversas ocorrências que insinuam a realização de ações parecidas em colégios de Mato Grosso do Sul.
A delegada-adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ), Fernanda Felix, falou sobre os recentes casos e fez um alerta aos adolescentes que cometerem este tipo de ameaça generalizada, que pode equiparar ao ato infracional de ameaça, apologia e instigação ao crime, além de poder caracterizar outro tipo penal mais grave.
“Mesmo que pareça uma brincadeira inocente entre adolescentes, a situação pode ser entendida como um ato infracional, e caso haja entendimento do judiciário, eles poderão ser encaminhados para uma Unidade Educacional de Internação (Unei)”, enfatiza a delegada.
Um dos casos concretos registrados pela Polícia Civil, ocorreu no Bairro Tijuca, em Campo Grande, onde dois jovens ameaçaram os colegas dizendo que iriam explodir o colégio detonando uma bomba. Nesta ocorrência segundo Fernanda Felix, nenhum deles estavam portando qualquer tipo de artefato, mas aterrorizaram toda a escola.
Neste fato os adolescentes foram apreendidos e encaminhados para uma Unei da Capital, onde estão há mais de uma semana pelo ato infracional equiparado ao crime de ameaça. “Ao atender esse tipo de fato nós temos notado que muitos adolescentes com problemas psicológicos ao verem uma notícia tão trágica, quanto a que aconteceu em Suzano (SP), tentam chamar a atenção pela repetição daquele ato. Esses jovens requerem cuidados especiais dos pais e até mesmo do corpo docente”, destaca.
Um fator importante pontuado pela delegada é a realização do registro do boletim de ocorrência por parte dos diretores, professores ou responsáveis pelas escolas. “Eles têm o dever de informar imediatamente a DEAIJ ou a delegacia mais próxima sobre qualquer tipo de ato infracional que ocorra dentro de uma unidade de ensino”.
A delegada-adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ), Fernanda Felix, aproveitou a oportunidade para fazer um alerta: “A família deve ficar atenta em relação ao uso dos equipamentos eletrônicos, principalmente das redes sociais, dos jogos eletrônicos; com quem esses adolescentes conversam na rede, muitas das vezes eles podem se tornar até uma vítima em potencial. A vigilância é 24h, afinal não existe privacidade para os pais”, explica ela, ao afirmar que os pais devem ter livre acesso a aparelhos celulares e outros dispositivos eletrônicos pertencentes aos filhos. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e da Assessoria de Comunicação da Polícia Civi). (Com informações do Campo Grande News e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul).
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