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Juíza diz que presídio ainda é melhor lugar para “Maníaco da Cruz'

Juíza diz que presídio ainda é melhor lugar para “Maníaco da Cruz'

11/03/2019 às 18h17 Atualizada em 11/03/2019 às 22h17
Por: RegiãOnline
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 CAMPO GRANDE NEWS / IZABELA SANCHEZ

(Foto: Arquivo Pessoal)

 

Aos 16 anos Dyonathan Celestrino, hoje com 27, matou três pessoas em Rio Brilhante, a 163 km de Campo Grande. O modo como posicionava os corpos em sinal de cruz lhe rendeu o apelido “maníaco da cruz'. Ele já passou por internação na Unei (Unidade Educacional de Internação) em Ponta Porã, a 323 km da Capital, mas desde 2014 cumpre internação compulsória no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

A internação é uma medida de segurança estabelecida pela Justiça, mas o caso representa um impasse ao estado, pela falta de hospital psiquiátrico onde Dyonathan possa ser internado. Desde 2016 o juiz Mário José Esbalqueiro Junior, da 1ª Vara de Execução Penal, acompanha o caso, por um pedido de providências.

Última movimentação do processo, no dia 8 de março a juíza Cíntia Xavier Letterielo da 2ª Vara de Família e Sucessões respondeu ao juiz que o melhor lugar para Dyonathan “ainda é a ala de saúde do estabelecimento de segurança máxima de mato grosso do sul'. O comunicado leva em conta opinião da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e da presidência do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A juíza destaca, ainda assim, que “por ora não há medidas a serem tomadas, senão aquelas já providenciadas por esse juízo'.

Histórico - A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça de e Segurança Pública) e a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) enviam aos juízes relatórios trimestrais da rotina do “maníaco' no Instituto Penal. Dyonathan começou a estudar gestão ambiental, pela modalidade EAD (Ensino à Distâcia) na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) em 2014.

Um relatório de março de 2016 afirma que ele realizava contato semanal com a família por telefone e recebe visitas mensais da mãe e da tia. Em entrevista psiquiátrica em fevereiro de 2015 “apresentou-se lúcido, orientado e sem delírios ou alucinações, mas colaborou pouco com a entrevista'. O laudo reitera que Dyonathan evita o olhar e não demonstra emoções.

Em julho de 2017, a avaliação altera as conclusões. A médica afirma que ele havia apresentado, anteriormente, crises de irritabilidade. Desde então Dyonathan recebe a medicação Haldol Decanoato, que faz com que o humor fique estabilizado. À época, ele reprovou em uma disciplina do curso na UCDB.

Situação irregular – Em decisão do dia 13 de novembro de 2017, o juiz Caio Marcio de Britto, da 1ª Vara de Execução Penal, declarou que a situação de Dyonathan era irregular e ilegal. O Instituto Penal, diz, “não é apropriado para receber pessoas acometidas por deficiência mental que não tenham sobre si qualquer acusação ou condenação criminal'.

“Não há como ‘tapar o sol com a peneira’, ou seja, se o Estado não dispõe de local apropriado para recuperação de doentes mentais, não pode introduzi-los no sistema penitenciário, especificamente na ala de saúde, porque lá não é local apropriado para recebe-los', afirma. O juiz determinou a imediata transferência do interno para outro local.

O juiz visitou o Instituto no dia 9 de fevereiro de 2018, onde foi informado que Dyonathan ameaçava os servidores, se recusava a tomar os medicamentos e promovia dificuldade de escolta para atendimentos. O juiz determinou a transferência para estabelecimento psiquiátrico.

Psicopata e serial killer - Uma consulta psiquiátrica realizada em dezembro de 2017 diagnosticou Dyonathan como portador de “transtorno de personalidade antissocial e homicida em série'. À época, ele já havia terminado o curso na UCDB. O laudo afirma que o “maníaco da cruz' concluiu o curso com bom desempenho, mas que os sintomas de irritação e agressividade retornaram.

Para a médica, ele tem “baixa tolerância a frustrações, falta de empatia e ausência de sentimentos de remorso ou culpa'. A conclusão é que a medicação não funciona nesse caso, que Dyonathan não está recuperado e representa risco a sociedade.

Assassinatos - A primeira vítima de Dyonathan, então com 16 anos, foi um pedreiro - Catalino Gardena - que era alcoólatra. O crime aconteceu no dia 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro daquele ano. Dionathan foi apreendido em 9 de outubro, seis dias após o último assassinato e chegou a fugir da Unei de Ponta Porã no dia 03 de março de 2013, mas foi recapturado em 27 de abril 2013 pela Polícia Nacional do Paraguai, na cidade de Horqueta.

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