Perto do gatinho, um copo com água. Miau nunca enxergou, então, o que ele conhece do ambiente que o rodeia, é sempre orientado por Luiz. Comida e água ficam perto, e ele costuma se afastar apenas fazer as necessidades - que Luiz recolhe em seguida para não sujar a praça. Em seguida, Miau retorna à sua rede, para ficar perto do dono.
Ele conta que a convivência no carro, onde vivem juntos, é tranquila. "Tínhamos um passarinho também que Miau sempre respeitou, mas ele cresceu e foi embora. Ficamos nós dois, sempre juntos. Nós somos uma família unida".
Luiz no carro onde vive com Miau, e o passarinho que também morava com eles: 'Amor pelos animais' — Foto: Arquivo pessoal
Por conta da doença, Luiz recebe uma aposentadoria, que sustenta os dois. Ele conta que o pai chamou-o para viverem juntos, mas disse que não aceitaria o gato, por isso ele decidiu viver no carro. "O que tenho dá para mim e meu gato, e para que meu ofício sirva apenas para ensinar. Nós vivemos em paz, temos um ao outro. O importante, para mim, é poder estar sempre perto do Miau".
Luiz comenta que uma demonstração de respeito e amor aos animais não deveria surpreender: "A condição de vida não é desculpa para abandonar um bicho ou tratar mal qualquer animal. Eu cuido do meu ceguinho como se fosse um filho, inclusive enquanto trabalho. O amor pelos felinos, pelos animais, tem que ser multiplicado", finaliza.
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