Por EDUARDO MIRANDA
DAIVULGAÇÃO
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) recebeu pedido para abrigar em suas instalações seis dos 14 alvos de prisão temporária na Operação Vostok, que atinge esquema de pagamento de propina da JBS para a cúpula do governo de Mato Grosso do Sul. Eles devem ser transferidos ainda hoje.
Estão na Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande e serão levados ainda hoje para uma das penitenciárias da Agepen, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o conselheiro do Tribunal de Contas Marcio Monteiro, Antônio Celso Cortez (um dos operadores do esquema), Ivanildo da Cunha Miranda (pecuarista e operador do esquema), Francisco Carlos Freire de Oliveira, e o ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti e ex-deputado estadual Osvane Ramos.
Rodrigo de Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), ambos na mira da Polícia Federal, entregaram-se na tarde desta quarta-feira (12) na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Campo Grande. Rodrigo, também conhecido como “Príncipe”, no esquema de pagamento de propina da JBS, ficará preso temporariamente. Contra Reinaldo Azambuja, não há mandado de prisão (por a Polícia Federal temer prejuízos sociais e econômicos ao Estado - leia mais neste portal), mas ele também deve prestar depoimento na sede da PF
Outro alvo dos federais, o pecuarista Élvio Rodrigues, um dos que emitiam nota fria para “lavar” a propina paga pela JBS a Azambuja e seu grupo, estaria no exterior.
O ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, estaria em uma de suas fazendas, no interior do Estado, e também negocia sua rendição.
Operação Vostok
As investigações tiveram início neste ano, e tiveram como ponto de partida delação de empresários do grupo JBS. A ação envolve 220 policiais federais que cumprem 220 mandados de busca e apreensão, 14 de mandados de prisão temporária em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes da Laguna e na cidade de Trairão (PA). Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O inquérito da PF apontou que até 30% dos créditos tributários (incentivos fiscais ao grupo JBS) eram revertidos em proveito do grupo, que os policiais federais chamam de “organização criminosa”. A Operação da Polícia Federal foi denominada “Vostok”, o mesmo de uma estação de pesquisa da Rússia na Antártida e, segundo a PF, tão fria quanto as notas utilizadas para lavar a propina da JBS.
As propinas foram pagas por meio de doação eleitoral para a campanha de 2015, e também em espécie, nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), em 2015.
Os pedidos de prisão temporária foram em desfavor de: Rodrigo de Souza e Silva (filho de Reinaldo Azambuja, governador de MS)
- Ivanildo da Cunha Miranda
- João Roberto Baird
- José Ricardo Guitti Guimaro (o Polaco)
- Antonio Celso Cortez
- Elvio Rodrigues
- Francisco Carlos Freire de Oliveira
- José Roberto Teixeira (deputado Zé Teixeira)
- Marcio Campos Monteiro (conselheiro do Tribunal de Contas de MS)
- Miltro Rodrigues Pereira
- Nelson Cintra Ribeiro (ex-prefeito de Porto Murtinho)
- Osvane Aparecido Ramos
- Rubens Massahiro Matsuda
- Zelito Alves Ribeiro
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