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Tamanduá-bandeira encara onça no Pantanal – e nem se abala

Tamanduá-bandeira encara onça no Pantanal – e nem se abala

24/05/2018 às 15h11 Atualizada em 24/05/2018 às 19h11
Por: RegiãOnline
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nationalgeographicbrasil.com

 

Aquidauana, Mato Grosso do Sul – No meio de uma fazenda de gado no Pantanal sul-matogrossense, um tamanduá-bandeira surgiu da densa floresta e foi beber água em um lago. Um fotógrafo de vida selvagem, assistindo de uma canoa, preparou sua câmera para fotografar o animal quando um movimento chamou sua atenção: uma enorme onça-pintada.

O grande felino, com seu pescoço repleto de músculos e patas maiores que luvas de boxe, esgueirava-se silenciosamente em direção ao tamanduá e aguardava, deitado, atrás dele. O gato parecia pronto para atacar – quando algo o fez parar. (Veja imagens raras de onças capturadas em câmeras remotas.)

Luke Massey, que já fotografou espécies selvagens em todo o mundo, diz que o encontro de setembro de 2017 foi uma das mais estranhas experiências de vida selvagem que ele já testemunhou.

"Quando vi a onça esgueirando-se por trás do tamanduá-bandeira, que estava completamente distraído e vulnerável, eu simplesmente achei que eu estava prestes a testemunhar uma morte ou uma batalha avassaladora. Eu não esperava que a onça se deitasse e ficasse apenas observando."

Fora do cardápio?

Mas isso não surpreende Fernando Rodrigo Tortato, um pesquisador de campo do Pantanal Jaguar Project, gerido pelo grupo de conservação de felinos Panthera.

"O tamanduá-bandeira às vezes faz parte da dieta da onça, porém, no Pantanal, representa uma parcela pequena do cardápio – menos de 5%", disse Tortato por e-mail.

Em vez disso, os grandes felinos que vivem nessa vasta área úmida preferem presas como o jacaré, a capivara e caetitus, diz ele.

"Essa onça talvez estava com a barriga cheia, e só ficou curiosa para ver o tamanduá."

O conservacionista Charles Munn, diretor executivo da empresa de turismo da vida selvagem SouthWild, tem outra explicação para o bizarro encontro. "A única razão pela qual a onça não atacou o tamanduá-bandeira é por causa de suas garras."

O mamífero de aspecto estranho tem uma arma secreta – garras afiadas de quatro polegadas, que normalmente são usadas para abrir formigueiros, mas que também podem ser fatais para um predador.

Lutando com unhas e dentes

Em setembro de 2016, câmeras remotas instaladas na Reserva Biológica do Gurupi, no Brasil, capturaram uma luta entre uma onça e um tamanduá-bandeira. A onça parece saltar para atacar sua presa, mas o tamanduá se levanta, abre os braços e ataca a onça com suas garras.

 

https://youtu.be/i9_bvVkrhKo

"Eu acredito que o vídeo traz o outro lado dessa história", diz Munn, "porque a onça tentou atacar o tamanduá no lago. O tamanduá poderia ter atacado ela com suas garras ridiculamente afiadas e poderosas, e a onça-pintada poderia ter sido gravemente ferida, ou até morta".

E não são apenas as onças – os tamanduás gigantes já mataram pessoas. Em 2007, um funcionário de um zoológico da Argentina morreu após ter sido estripado por um tamanduá-bandeira e, desde então, dois caçadores tiveram destinos semelhantes na natureza.

Siga Katie Stacey no Twitter.

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