Por G1 Campinas e Região
minha [família] agora está faltando um pedaço", afirma Rosa Maria da Silva, irmã do palhaço de rua morto após ser agredido por um motorista em Mogi Guaçu (SP). Em entrevista ao G1, ela contou que Adriano Ribeiro da Silva, de 36 anos, trabalhava em um circo e, em meio aos malabarismos, vendia água e salgadinhos na rua.
"Ele já era palhaço, faz um ano e meio que ele atua no circo e o filho dele também. E nas horas vagas ele fazia essa propaganda nas ruas, vendia água e ia se divertir, alegrar o povo no meio da rua. Gostava muito do que ele fazia", conta a irmã.
Rosa é enfermeira e afirma que Silva já foi socorrido em coma. Ele foi atingido por soco e chutes na calçada depois de fazer malabarismos e um dos pinos atingir o veículo do agressor. [Veja como foi a briga no vídeo ao longo da reportagem]
Ele ficou internado desde 9 de maio na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Mogi Guaçu e faleceu na última terça-feira (15).
"No momento do ocorrido, o Samu já pegou ele em coma, já foi entubado, já chegou entubado e por aparelhos. [...] Ele teve traumatismo, hemorragia, fez um trombo cerebral, a pupila dilatou e evoluiu para morte cerebral. Foi muito rápido", diz Rosa.
A família mora em Itapira (SP), cidade onde ele foi sepultado nesta quarta-feira (16), mas o artista estava morando em Mogi Guaçu há alguns meses, segundo a irmã. Silva trabalhava em um circo há um ano e meio junto com um dos filhos, de 15 anos. Ele era casado e deixou outros dois filhos, de 12 e 8 anos.
"A gente espera que a justiça seja feita, que ele [motorista] pague pelo que fez", afirma Rosa.
"Com os elementos até então colhidos, tudo sinaliza se tratar de lesão corporal seguida de morte. Só que ainda dependo de laudos e mais informações para concluir o inquérito", afirma o delegado responsável pelo caso, Alessandro Serrano Murcillo.
Antes de trabalhar como palhaço, Adriano atuou como garçom em buffets e também foi motorista de caminhão em uma empresa de papelão, conta Rosa.
O delegado, no entanto, também disse ao G1 que ele tinha passagens na polícia por "crimes patrimoniais". Ele não informou se Adriano chegou a cumprir pena pelos crimes.
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