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Dia Mundial da Água: conheça a história por trás dos nomes dos córregos da Capital

Dia Mundial da Água: conheça a história por trás dos nomes dos córregos da Capital

22/03/2018 às 08h18 Atualizada em 22/03/2018 às 12h18
Por: RegiãOnline
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Dia Mundial da Água: conheça a história por trás dos nomes dos córregos da Capital

 

 

No dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água, criado em 1922 pela ONU (Organização das Nações Unidas). A data é um reforço da comunidade internacional para colocar em pauta questões essenciais que envolvem os recursos hídricos. Em Campo Grande os recursos hídricos são tão abundantes que fazem parte do cotidiano da população. Em todas as regiões é possível ver os córregos que cortam a cidade.

A Capital possui dois rios (Anhanduí e o Anhanduizinho) e 12 bacias hidrográficas. São mais de 30 córregos. O Lageado e o Guariroba estão destinados ao fornecimento de água potável à população.

Alguns dos córregos tem nomes quase que autoexplicativos. Outros, voltando um pouco ao passado, é até possível imaginar o que deu origem à denominação. Mas, em alguns casos, o nome tem origem em histórias engraçadas que foram passando de geração em geração.

Diferentemente das ruas, os nomes dos córregos não estão assegurados por decretos de lei e raramente se encontra um registro histórico que possa ratificar de onde vieram. As fontes sobre os nomes dos córregos de Campo Grande são escassas e baseadas na oralidade.

Sobre o tema há apenas a publicação de uma reportagem na revista da Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande), de 2009, que trouxe um especial sobre as “Águas em Campo Grande”. Entre as fontes estão a historiadora Alisolete Antônia dos Santos Weingartner, Jânio Batista de Macedo, que foi presidente da Associação de Moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, o professor Orlando Brito de Alencar e a obra do historiador Paulo Coelho Machado.

A publicação deu origem a artigo de 2010, pela professora da Thaísa Bueno, docente do curso de Comunicação Social da UFMA de Imperatriz (MA). No artigo “Essas águas já têm nome memória oral ajuda a resgatar a história dos nomes dos córregos de Campo Grande”, que buscou conotação analítica e para história que se perde sem uma inscrição em papel.

Prosa e Segredo

O nome dos dois córregos mais conhecidos de Campo Grande permanece sendo um mistério. A história oral dá alguns indicativos: O Prosa tem a origem mais compreensível: os moradores do antigo arraial, armavam a fogueira perto do curso d’água e ficavam de prosa por longas horas.

Já o Segredo, não tem origem tão certa. Conta-se que no local falava-se de amores secretos de Manoel Oliverio, mineiro que foi um dos primeiros moradores da região. “Foi o primeiro escândalo no povoado”, escreveu o historiador Paulo Coelho Machado.

Outra referência o Córrego Segredo está na obra de Themistocles Paes de Souza Brazil, “Ligeira notícia sobre a Vila de Campo Grande”. O militar escreveu sobre a história do povoamento no Brasil e na obra cita que os nomes do Prosa e do Segredo teriam origem na luta de antigos moradores das margens de um lado e do outro do córrego.

Córrego Limpo

Faz referência à água limpa que corria no local.

Imbirussú

Tupi-guarani Embiruçu (a embira grande): paina amarela ou cedro d’água, fibra de bambu comum na região.

Anhanduí

Tupi-guarani: rio de emas. Região apontada pelos indígenas como habitat das emas.

Bálsamo

Devido a grande quantidade de madeira de Bálsamo que havia na região.

Guariroba

Referência ao fruto da palmeira típica do Cerrado e que era abundante na região.

Bandeira

Segundo a história, havia muitos Tamanduás-bandeira habitando a região e foi por causa deles que o córrego e uma fazenda da região ganharam o nome. Os animais desapareceram e algumas pessoas chegam a acreditar que foi a Fazenda Bandeira que deu nome ao córrego.

​Lontra

Foram os mamíferos aquáticos que viviam na região que batizaram o córrego.

Lageado

Faz referência à argila que se formava próximo à sua nascente e que era utilizada na fabricação de tijolos.

Estiva

Os trabalhadores da região armavam andaimes, como as estivas que servem de contrapesos nas embarcações, para caçar catetos e capivaras.

Estaca

Recebeu o nome por conta das varas pregadas para cercar a areia que seria lavada e comercializada.

Vendas

Faz referência ao comerciante Antônio Vendas. Ele mantinha uma olaria nas proximidades do rio.

​Ceroula

Os antigos viajantes utilizavam o rio para lavar as roupas. Muitas vezes tiravam a roupas do corpo para lavar e ficavam apenas de ceroulas enquanto as vestes secavam.

Pouso Alegre

Local onde as comitivas paravam, os boiadeiros descansavam, tocavam viola e tomavam tereré.

Engano

No córrego, embora as águas parecessem mansas, o rio era fundo e, no meio da travessia, as águas chegavam a cobrir o pescoço.

Botas

Viajantes paravam para descansar às margens do córrego, tiravam as botas para dormir e as águas levavam.

Conservação dos córregos

A qualidade das águas dos córregos de Campo Grande é monitorada pelo Programa Córrego Limpo, um convênio da Prefeitura da Capital e da Águas Guariroba- concessionária que faz a distribuição da água e tratamento do esgoto que existe desde 2009.

A Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) não divulgou dados atualizados do programa. O monitoramento ocorre em nove microbacias da Capital, onde as coletas e análises da água são feitas trimestralmente.

Informações apuradas pela secretaria até julho de 2017, mostram que, que dos 81 pontos de monitoramento, em 56 pontos a qualidade da água foi considerada boa, em 22 pontos foi considerada regular e em três pontos ruim.

Em 2010 eram 67 pontos de monitoramento, onde 60,1% das amostras eram classificadas como boa, 26,3% classificadas como regular, 13,2% classificadas como ruim. Já em 2016 passaram a ser 81 pontos de monitoramento, onde 67% das amostras foram classificadas como boa, 28% classificadas como regular, 5% classificadas como ruim.

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