Nova News
Nos últimos dias os consumidores de Nova Andradina têm se surpreendido com as promoções no preço do botijão gás de cozinha de13 kg. Em alguns pontos de venda da Cidade Sorriso, o produto, que custa geralmente R$ 85,00, poderá ser encontrado até o próximo dia 10 de março a R$ 59,90 (-30%), mesmo sem que tenha havido redução por parte da Petrobras.
Em uma das revendas visitadas pelo Nova News, o botijão que, naquele estabelecimento custa cerca de R$ 80,00, nesta terça-feira (27), foi cotado a R$ 55,00 (-31%). Segundo o responsável pela revenda a promoção relâmpago é como forma de protesto pelo fato de estabelecimentos que atuam em outros segmentos como supermercados, mercearias, açougues e lojas de conveniências venderem o gás de cozinha abaixo do preço de mercado.
Algumas revendas de Nova Andradina pretendem manter preços promocionais até o próximo dia 10 de março como forma de protesto contra grandes concorrentes - Imagem: Acácio Gomes / Nova News
“Resolvi fazer a promoção apenas nesta terça-feira (27) para protestar contra estabelecimentos que obtém lucro oriundo da venda de outros produtos, como gêneros alimentícios, bebidas, produtos de higiene e limpeza, e que entregam o gás de cozinha a preços menores do que quem trabalha exclusivamente com o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), inviabilizando a nossa atividade”, explicou um revendedor.
Outro comerciante ouvido pela reportagem também alega que a onda de promoções em Nova Andradina é, de fato, um protesto. “Nos, que somos revendedores autorizados, cumprimos uma série de medidas de segurança, temos treinamento para atuar na atividade, levamos o botijão até a casa do cliente, fazemos a instalação, fazemos testes para evitar vazamentos e nos responsabilizamos pelo produto, diferente dos comércios que não são do ramo e que vendem o gás apenas para chamar a atenção do consumidor”, denunciou.
Conforme apurado pelo Nova News, na região de Nova Andradina, o botijão de 13 kg de gás de cozinha custa para o revendedor, em média, R$ 57,25. Com os custos operacionais, como combustível para entrega, despesas do ponto de venda como água, luz, telefone, internet, é como se o produto custasse cerca de R$ 62,00 para o comerciante, que o repassa ao consumidor por aproximadamente R$ 80,00, obtendo um lucro estimado de R$ 18,00.
“A margem de ganho não é grande. Reduzimos o preço apenas como forma de protestar. Na verdade, durante a promoção estamos pagando para trabalhar, mas se não fizermos isso, acabamos engolidos pelos grandes concorrentes”, afirma um revendedor. Outros pontos visitados pelo site decidiram não entrar na onda das promoções. “Não temos condições de entregar gás de graça, sem obter o fruto do nosso trabalho”, disse a responsável por uma revenda.
Onda de promoções tem causado espanto nos consumidores. Produto que custa em média R$ 85,00 pode ser encontrado até por R$ 55,00 - Imagem: Acácio Gomes / Nova News
Por outro lado, representantes de alguns supermercados da cidade alegam que não possuem gás de cozinha em seus estoques, mas apenas comercializam o vale gás, sendo que, quem faz a entrega do produto seria uma revendedora parceira. “No nosso caso, a pessoa apenas compra e paga pelo botijão no supermercado, mas quem efetua a entrega é um distribuidor credenciado e não há problema algum nisso”, explicou o responsável por um estabelecimento que atua no ramo da alimentação.
Em contato com o Sindicato do Gás de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, o Nova News obteve a informação que, de fato, para que haja a comercialização de gás de cozinha, o estabelecimento precisa ser credenciado na Agência Nacional do Petróleo (ANP), possuir um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) dentro do ramo de atividade, bem como seguir todas as normas técnicas exigidas pela legislação vigente. “Caso uma empresa venda botijões sem cumprir estes requisitos, consideramos que seja uma revenda clandestina”, explicou a consultora Lidiane Fernandes.
Questionada sobre os comércios que trabalham com o vale gás, ou seja, que apenas vendem o produto que será entregue por outra empresa, a consultora explicou que em algumas regiões do país este tipo de atividade, de fato, já foi embargada, porém, em Mato Grosso do Sul, até o momento não há proibição, desde que a empresa que fará a entrega cumpra com todas as normas técnicas bem como com os requisitos legais.
Representante do Sindicato do Gás de Mato Grosso do Sul afirma que consumidor devem estar atendo com relação à procedência do gás de cozinha - Imagem: Acácio Gomes / Nova News
“Apesar de não ser proibido, o consumidor precisa saber a procedência do produto. Ele compra no mercado, na mercearia ou em uma loja de conveniências, por exemplo, mas quem entrega é outra empresa. Então de onde vem o gás? Será que a empresa que faz a entrega é confiável? Em caso de acidente, quem se responsabiliza é o vendedor ou o entregador? Todas estas são questões que precisam ser verificadas pelo cliente e que exigem muita atenção”, afirma Lidiane.
A consultora do Sindicato do Gás de Mato Grosso do Sul aproveitou a oportunidade para chamar a atenção da população com relação à importância da denúncia sobre possíveis revendas clandestinas de gás de cozinha. “Um botijão mal conservado ou mal instalado pode provocar uma explosão capaz de destruir uma casa inteira e de tirar a vida de pessoas, portanto precisamos estar atentos. Em caso de suspeitas sobre possíveis revendas clandestinas do produto, o cidadão pode efetuar denúncia anônima no site da ANP, na unidade mais próxima do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) ou pelo e-mail sindicatodogasms.consultoria@gmail.com.
Levando em consideração quesitos como legalidade do fornecedor, segurança, procedência do produto e a qualidade do gás de cozinha, cabe ao consumidor aproveitar a onda de promoções que ocorrem em Nova Andradina e garantir o produto que é essencial em todos os lares e que, geralmente, pesa no orçamento da família.
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