Richelieu Pereira
Diante dos prejuízos causados pelo tráfico de drogas ao Estado, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), defendeu o fechamento das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai para evitar a entrada de entorpecentes e armas no país, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (16).
O governador afirma que o Estado gasta R$ 127,3 milhões ao ano com presos pelo tráfico e que a construção de presídios não é uma “solução definitiva”. “Nossas fronteiras estão escancaradas, potencializando Mato Grosso do Sul como corredor do narcotráfico. Os altos índices de crimes não resultam só no estrangulamento do sistema carcerário, mas contribuem também para a hipertrofia do sistema judiciário”, argumenta.
Diante disso, Reinaldo propõe “atacar o problema em sua raiz”, com o fechamento das fronteiras. “Coibir a entrada de drogas por nossas fronteiras é muito mais eficaz do que mobilizar as forças de segurança para a apreensão nos centros consumidores”
De acordo com o chefe do Executivo estadual, em seis anos, de 2012 a 2017, as apreensões de drogas realizadas pela Polícia Militar, Polícia Civil e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) do Estado saltaram de 87 toneladas para 427 toneladas. Para ele, o esforço para combater o tráfico impede que os policiais estejam nos municípios para proteger a população.
“De outro, o número de presos, incluindo sentenciados por tráfico de armas e outros crimes transnacionais, chegou a 7.246, elevando a população carcerária para 16.224 presos, cumprindo pena em um sistema com capacidade para 7.327 condenados. Cerca de 40% dos presos custeados pelo Estado foram sentenciados por crimes federais”, diz Reinaldo.
“Não há dúvida de que o Brasil precisa de nova política de segurança pública, buscar uma estratégia que possa quebrar os elos da criminalidade, compreendendo que os custos de manutenção da atual massa carcerária, em apenas sete meses, seriam suficientes para construir um novo presídio. É preciso haver ações sociais. Não temos dúvida de que a solução está em reduzir a criminalidade e impedir que a droga e a arma atravessem nossas fronteiras”, conclui.
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