Assessoria/DA
Enquanto o índice de desemprego geral no País está em torno de 12%, na população jovem esse porcentual é mais do que o dobro, superando 25% da população em idade ativa. Portanto, um em cada quatro jovens não encontra espaço no mercado de trabalho. O problema é dramático e, segundo o professor Hélio Zylberstajn, da Faculdade de Economia e Administração da USP, além de ser um reflexo da crise econômica, está associado a uma deficiência específica da política educacional brasileira, que valoriza o ensino acadêmico em vez do ensino profissionalizante.
“Não se cuida dessa transição da escola para o trabalho no Brasil”, disse Zylberstajn ao participar do painel “O jovem no mercado de trabalho”, durante o “1º Fórum Acreditamos nos Jovens”, realizado pelo McDonald’s no auditório do MUBE, em São Paulo. “Precisamos construir pontes para que os estudantes do Ensino Médio entrem no mercado.” Segundo ele, a escola viabiliza a formação básica, mas não permite ao jovem descobrir suas aptidões e encaminhá-lo para a nova vida profissional.
A grande dificuldade é preparar os jovens para as necessidades do mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente, e de acordo com Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo Cia de Talentos, um dos maiores recrutadores do País e que também participou do painel. Ela destacou ser importante que esses novos profissionais desenvolvam autoconhecimento, autoestima e descubram seus próprios talentos. “A gente tem que ajudar a empoderar esse jovem porque isso vai dar retorno”, afirma. “Alguém precisa dizer para os jovens que eles são capazes e que participam de algo importante.”
Ao identificar as principais barreiras que encontram na hora de procurar emprego, 77% dos jovens apontam para a falta de uma experiência anterior, 69% para a falta de oportunidades, 68% para a falta de confiança na sua geração e 58% para a dificuldade de transição do ensino médio para o mercado.
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