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Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Eles viram noites salvando vidas. Em alguns casos, chegam até a correr risco de morte para conseguir exercer a profissão. No Dia do Médico, comemorado nesta quarta-feira, a história de um jovem clínico geral de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, mostra bem o que é honrar o jaleco. Roberto Lobosco, de 35 anos, costuma usar uma parte do período de folga para visitar pacientes que precisam de ajuda mesmo após receber alta, principalmente por problemas financeiros ou de locomoção.
Filho de um médico e de uma professora, Lobosco trabalha como clínico geral de um hospital particular e é diretor de uma unidade municipal de saúde, em São Gonçalo. Ele conta que desde o período da faculdade, tenta monitorar os pacientes mais debilitados, depois que são liberados dos seus cuidados:
— Entendo que a medicina vai muito além das cirurgias e receituários. Nós médicos temos uma vida muito atribulada, mas o que eu faço é dar, com apoio dos meus conhecimentos, um pouco de suporte para os pacientes mais necessitados. Essa é uma coisa que me faz bem.
O médico Roberto Lobosco visita a paciente Maria Alcina, que ficou sob os cuidados dele durante cinco meses Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Nesta quarta-feira, por exemplo, Roberto aproveitou parte do seu almoço para fazer uma visita a uma antiga paciente, que ele havia cuidado em uma clínica particular. Acamada há 17 anos, a aposentada Maria Alcina chegou a ficar sob os cuidados do médico por um período de 5 meses, quando foi internada com problemas respiratórios:
— Quando demos alta, a família ficou um pouco assustada porque o plano dela não cobre o atendimento médico domiciliar. Mas eu sei da dificuldade que eles passam. Consegui cadastrá-los em um programa do município, mas mesmo assim ainda continuo fazendo as visitas por conta própria.
Roberto Lobosco conversa com Flávia Costa, filha de uma de suas pacientes, na varanda da casa dela Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Para as filhas e o marido da paciente, Roberto se tornou um verdadeiro amigo. Segundo eles, até mensagens pelo celular ele costuma mandar para monitorar a saúde da idosa.
— Ele é um médico especial. Gosta muito do que faz e atende os pacientes com muita boa vontade. Até liga para gente, manda mensagem e faz essas visitas. A gente tem ele como um membro da família — diz Flávia Costa, filha da dona Maria Alcina.
Atualmente, Roberto monitora cerca de 15 pacientes que já passaram pelo seu atendimento. A maioria deles são idosos.
— São pessoas que a gente sabe que têm mais dificuldade de locomoção. Não faço isso por autopromoção a história aqui é de carinho pelo ser humano — justifica.
Roberto Lobosco ao lado do Secretário municipal de Saúde de São Gonçalo, Dimas Gadelha Foto: divulgação
Além das visitas aos pacientes, Roberto Lobosco também participa como voluntário do projeto "Blitz da Saúde" feito pela secretaria municipal de Saúde de São Gonçalo.
— O doutor Roberto está entre os nossos melhores quadros. E assim como outros profissionais da área da saúde ele também doa parte do seu tempo para sair às ruas com panfletos ajudando na conscientização da população sobre a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis - disse o secretário de Saúde Dimas Gadelha.
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