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Brasileiro voltará a local onde foi chamado de macaco e viu ira dos rivais

Brasileiro voltará a local onde foi chamado de macaco e viu ira dos rivais

23/09/2017 às 16h15 Atualizada em 23/09/2017 às 20h15
Por: RegiãOnline
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Brasileiro voltará a local onde foi chamado de macaco e viu ira dos rivais

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UOL/JB

 

Neste domingo (23), Everton Luiz voltará a um cenário que desperta péssimas lembranças para ele. O volante brasileiro do Partizan visita o Rad, às 14h (de Brasília), no Kralj Petar, em Belgrado, pelo Campeonato Sérvio e volta a enfrentar a torcida que se referiu a ele com ofensas racistas em fevereiro. Apesar de se impressionar com a ausência de punição ao adversário, o meio-campista mostra a mesma determinação que usou ao superar problemas familiares para deixar o problema para trás.

Everton foi ofendido no dia 19 de fevereiro deste ano, durante clássico contra o Rad. Torcedores do time local chamaram o brasileiro de macaco e imitaram o som do animal, além de exibirem faixas contra o jogador. Irritado, o meio-campista mostrou o dedo do meio em direção às arquibancadas, o que levou os jogadores do rival a partirem para cima dele.

O jogo terminou com vitória do Partizan por 1 a 0. O resultado adverso aumentou ainda mais a ira dos torcedores locais, que ofenderam Everton durante os 90 minutos da partida.

"Nunca tinha passado por isso. Foi difícil. Cheguei em casa e não sabia o que fazer. Foi muito difícil. Se acontecer de novo, não sei o que vou fazer", disse Everton, ao UOL Esporte.

Após o ocorrido, a impunidade ao Rad tornou o episódio ainda mais difícil para Everton digerir. De acordo com o jogador, a ausência de punição para o clube e sua torcida e a falta de uma ação mais enérgica do Partizan aumentaram sua indignação com o ocorrido.

"Aqui não teve muita repercussão, não. Teve mais no Brasil. Ia ter punição e não teve nada. Falaram que a torcida ia ser punida, e no outro jogo estava no estádio. O próprio Partizan fez amistoso com o time dias depois", lembrou o volante.

De acordo com o brasileiro, além da torcida do Partizan, que fez faixas em sua homenagem, o único apoio veio de seus colegas de equipe.

"Com o elenco, nunca tive problema nenhum. Os jogadores me apoiaram bastante, postaram bastante no Instagram", recordou.

Mesmo com a ausência de um gancho pesado, Everton teme a possibilidade de a torcida do Rad tê-lo marcado para que as ofensas sejam repetidas neste domingo.

"A gente fica pensando, não sei o que vai acontecer. Espero que seja um dia de paz para que a gente possa fazer um grande jogo", projetou.

Carreira no Brasil teve passagem pelo Palmeiras

Everton tem 29 anos e começou a carreira como atacante, mas foi recuado para a cabeça-de-área em 2009, ainda nas categorias de base da Ponte Preta. Se destacando em sua nova função, chegou a ser contratado pelo Palmeiras, mas não conseguiu vingar no clube da capital paulista.

Depois de empréstimos para Marília e Bragantino, Everton teve seu contrato com o Palmeiras encerrado e se transferiu para o CRB, clube em que enfim conseguiu projeção como profissional em 2012. Depois de se destacar, se transferiu para o San Luis, do México.

No campeonato local, Everton sofreu com salários atrasados e viu pedido da diretoria do clube para afastar os estrangeiros quando o time entrou na zona de rebaixamento. Foi repatriado pelo Criciúma, na época treinado por Paulo Comelli, que havia sido seu técnico no CRB, e depois acertou o retorno para o clube alagoano.

Campeão estadual em 2012, Everton viu sua vida mudar quando chegou a proposta do Lugano, da Suíça. Desde então, o volante não saiu mais da Europa, passando ainda pelo St. Gallen antes de chegar ao Partizan.

"Sempre sinto um pouco de saudade, do clima, da comida, mas a gente se acostuma a isso também. Aqui o futebol é diferente, a equipe é muito mais obediente, e o jogo é mais pegado", comparou.

Adaptação na Europa foi sofrida

Em seus primeiros seis meses na Europa, Everton se adaptou rapidamente ao Lugano e recebeu a notícia de que sua esposa estava grávida de Bernardo, seu primeiro filho. Depois, a mudança para o St. Gallen, que fica na parte alemã da cidade, foi um pouco sentida pela frieza da população local.

"Minha esposa teve início de depressão por conta das pessoas serem frias, e não tínhamos opções para distrair. Tudo fechava cedo, e o silêncio era absoluto. Uma vez, nosso filho com cinco meses chorava e o vizinho chamou a polícia por causa do barulho", relembrou.

Por conta da dificuldade de adaptação, Everton não precisou pensar muito para aceitar a proposta do Partizan, clube que defende desde 2015. À exceção do episódio de racismo, o volante conta que foi muito bem recebido na Sérvia. Prova disso é a volta por cima de sua família, já que sua esposa está grávida de Enzo, terceiro filho do jogador.

A superação serve como motivação para Everton enfrentar a torcida que o ofendeu. Ao menos dentro de campo, o jogador chega com moral, já que fez aos 50 do segundo tempo o gol do empate do Partizan com o Nepredak, nessa quarta-feira (20). (Foto Miroslav Todorovic/Reuters)

 

 

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