Massa News
Em 2017, já foram registrados no Paraná, de acordo com os dados da Secretaria de Estado da Saúde, 924 acidentes com escorpiões. Em todo o ano de 2016, foram 1.738 casos. Ao todo, incluindo os demais animais peçonhentos (escorpiões/aranhas/cobras), foram 14 mil atendimentos em 2016.
Os números são altos, principalmente se considerarmos que neste ano, duas crianças morreram em decorrência de picadas de escorpiões amarelos. Um dos casos foi registrado em Jussara. O menino de apenas 4 anos foi picado em casa. Ele foi socorrido e encaminhado a um hospital de Maringá, mas morreu pouco depois.
A segunda morte em decorrência de picada de escorpião, foi registrada na última sexta-feira (15). A criança de 5 anos, moradora de Cianorte, foi picada no tapete da sala da casa que morava. A mãe da criança também foi picada quando tentou socorrer a filha. As duas foram hospitalizadas, mas a criança não resistiu.
Nestes dois casos, o ataque foi de escorpião amarelo, considerada a espécie de maior risco e sendo geralmente letal no caso de crianças.
Também houve registro de acidente com escorpião preto, em Maringá. Uma criança de 3 anos foi picada. Ela foi medicada e recebeu alta médica.
Conforme a Sesa, no Paraná existem as espécies nativas de escorpiões, marrom e preto, sendo que estes dois não apresentam ‘acidentes graves’. O amarelo, no entanto, exótico até 1980, foi introduzido no estado, e é o de maior periculosidade.
Segundo o biólogo da Secretaria da Saúde, Emanuel Marques da Silva, o escorpião amarelo é uma espécie que se reproduz com rapidez. “É uma espécie generalista com grande capacidade de adaptação a ambientes alterados, como os ambientes domiciliares e seu entorno. A presença de apenas um exemplar pode provocar a infestação, porque a fêmea se reproduz de forma assexuada (partenogênose), sem a necessidade do macho”, explicou.
A espécie prefere se proteger em ambientes quentes e úmidos, saindo para caçar e se alimentar. No ambiente domiciliar o escorpião amarelo se abriga sob madeiras velhas, lenha, telhas, tijolos, restos de construção, entulhos e principalmente frestas em calçadas, muros e paredes.
“O lixo domiciliar mal acondicionado, restos de alimentos e sujeira nos domicílios atraem insetos, como baratas e outros que são alimentos dos escorpiões. Dessa forma, estes animais têm abrigo, alimento e água no entorno das habitações”, detalha o biólogo.
Para evitar acidentes, é importante que as pessoas removam materiais desnecessários, mantenham o lixo domiciliar acondicionado de forma adequada e fechem as frestas para que os escorpiões não se instalem e se reproduzam nas casas
Em casos de acidentes com animais peçonhentos a agilidade no socorro pode fazer toda a diferença. No Estado, existe o Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná (CCE) para orientar a população e profissionais de saúde sobre os encaminhamentos quando necessário. O serviço tem atendimento 24 horas pelo telefone 0800 410 148. Os soros antivenenos estão disponíveis na rede de saúde através das 22 regionais da Secretaria de Estado da Saúde e, ao todo, existem 212 centros de referência para aplicação dos soros.
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