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Ludyney Moura
Por estar à frente das pesquisas de intenção de voto para o cargo de Presidente da República, o ex-presidente Lula pode originar uma aliança inusitada em Mato Grosso do Sul, entre PT e PMDB, é o que aponta o ex-governador e deputado federal, Zeca do PT.
“Queremos dialogar com PMDB, queremos apoio do PMDB progressista, como lá no Nordeste podemos discutir aqui, vamos ver o que acontece”, disse Zeca, fazendo menção, por exemplo, ao apoio já declarado do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), à candidatura de Lula em 2018.
Lula deve visitar Mato Grosso do Sul no começo de 2018, atendendo um pedido pessoal de Zeca. Antes disso, no próximo dia 7 de outubro, quem deve visitar Campo Grande é a senadora Gleise Hoffman (PT-PR), presidente nacional do partido.
Segundo o ex-governador, a senadora participará de um encontro do diretório estadual, que vai elaborar um documento com relatos das conquistas dos governos petistas tanto em Mato Grosso do Sul, com Zeca, quanto no país, com Lula e Dilma Rousseff, apontando ‘narrativas que o PT nunca explorou direito’.
“Também vamos submeter à apreciação do partido três nomes, um para o governo e um para o Senado, e começar a articular uma aliança de esquerda, com um projeto de retomada do desenvolvimento econômico e social do Estado”, frisou o deputado.
Além de Zeca, o PT deve apostar no deputado estadual Pedro Kemp e no ex-reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Damião Duque de Farias.
O deputado revelou ao Jornal Midiamax que ainda é cedo para tratar da disputa de 2018, e que, à princípio, não é candidato ao cargo de governador de Mato Grosso do Sul. Kemp destacou que uma possível aliança com o PMDB poderia ser vista com ‘estranheza’ pelo eleitor, haja vista a histórica rivalidade entre as legendas em MS.
“O cenário ainda está indefinido e temos uma reforma política pela frente”, frisou Kemp.
Apesar das ponderações do aliado, o ex-governador avalia que se a eleição de 2018 fosse hoje, Lula ganharia no primeiro turno, mesmo com as recentes denúncias, no âmbito da Operação Lava Jato, envolvendo o petista.
“Se tivesse (culpa) todas as delações tinham destruído o Lula. Deram (a elite) o golpe sabendo que eleitoralmente não ganham do PT, forjaram todo um processo ilegítimo, imoral, para destituir uma presidenta legitimamente eleita, só que nesse script não contaram com duas coisas: a incompetência do governo golpista do Temer, atolado em um mar de corrupção, e segundo, achavam que peso da grande mídia iam enterrar definitivamente o PT e o Lula. Quando mais batem em Lula, mais cresce o Lula”, finalizou Zeca.
O ex-governador André Puccinelli (PMDB), principal liderança do PMDB em MS, não foi encontrado para comentar as declarações do deputado petistas, seu adversário político.
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