A família do mecânico Bruno Lopes de Freitas, de 33 anos, denuncia suposto descaso da perícia realizada pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Campo Grande. Segundo a denúncia, o corpo foi entregue "com larvas" aos familiares.
Bruno morreu prensado por uma carreta após a queda de um macaco hidráulico em uma oficina na tarde da última segunda-feira (03/03), em Sidrolândia. Por falta de um IML (Instituto Médico Legal) na cidade, o corpo foi encaminhado para a Capital.
Segundo Gislaine Brito, de 31 anos, prima de Bruno, a morte aconteceu por volta das 16h, porém o corpo só chegou à unidade de Campo Grande às 22h e permaneceu sem refrigeração até às 10h de terça-feira (04/03), quando um médico chegou.
De acordo com a prima, a vítima ficou exposta a moscas e em estado de decomposição avançada, com larvas visíveis. "O corpo ficou em cima de uma mesa, sem refrigerador, juntando moscas", relatou Gislaine.
"A Pax, responsável pelo traslado [de volta], não conseguiu mexer no corpo e nem aplicar formol, porque já estava em decomposição. Tiveram que lacrar o caixão, pois as larvas estavam saindo do corpo", continua.
O corpo foi liberado às 15h30 de terça, mas o estado dele impediu a realização de um velório com caixão aberto. "Nós tínhamos tudo para dar um adeus adequado, mas não foi possível. O corpo não estava em condições para ser velado com caixão aberto", lamentou Gislaine.
Durante desabafo, ela destacou o desrespeito da administração pública com a dor da família. "O corpo ficou mais de 24 horas sem ser refrigerado. Isso é um descaso total com a dignidade humana e com a família que está sofrendo. Como eles podem permitir isso?", questionou.
O corpo de Bruno foi enterrado na manhã de quarta-feira (05/03), em Sidrolândia. Ele deixa esposa e dois filhos.
A reportagem tentou contato com o Imol de Campo Grande, mas não obteve resposta.