Um lugar que parou no tempo. Num passado bem distante. Com casinhas de madeira escura. E nelas, o povo do vilarejo de Cicmany bordou os símbolos de sua cultura. O hábito de enfeitar as casas com pinturas veio com as mulheres. Elas começaram usando lama e depois, cal. Isso também ajudava a proteger a madeira do clima severo das montanhas da Eslováquia. São desenhos geométricos de folhas de trevo, corações e outros símbolos que evocam proteção.
Os ornamentos que se vê nas casinhas, na verdade são reproduções dos bordados que as mulheres faziam. Dona Olga é uma das últimas mulheres da vila de Cicmany que faz ainda este trabalho.
Mas o país que cultua a beleza do entalhe dedicou suas obras-primas aos céus. São as igrejas de madeira dos Cárpatos. A mais antiga de todas é a igreja de São Francisco de Assis, no vilarejo de Hervartov.
O Brasil nem tinha sido descoberto e a igreja já estava de pé. É incrível como a estrutura de madeira vem resistindo à passagem do tempo. Não é à toa que ela é patrimônio da humanidade.
A Eslováquia chegou a ter 300 igrejas de madeira. Hoje restam cerca de 50. São tesouros da arquitetura sacra popular - herança da devoção de católicos e protestantes. E até hoje são os moradores que cuidam de suas igrejas.
Foi graças à proteção dos castelos que as cidades medievais da Eslováquia continuam de pé. Bardejov é uma das mais bem preservadas cidades em estilo gótico em toda a Europa.
O casario da praça é basicamente o mesmo desde que o vilarejo foi construído há mais de 800 anos e olha que o local sobreviveu a invasões de tártaros, turcos, epidemias e duas guerras mundiais.