Ciclista que morreu após ser atropelado por uma caminhonete Toyota Hilux branca na manhã desta terça-feira (30) foi identificado como o indígena paraguaio Catalino Gomes Lopes, 49 anos. O caso aconteceu no anel viário de Dourados, distante 251 quilômetros de Campo Grande. A rodovia separa a Reserva Indígena do perímetro urbano.
O acidente ocorreu em frente a áreas ocupadas. Em protesto, indígenas dos acampamentos bloquearam a estrada com galhos. Repórteres que cobrem o setor policial foram ameaçados pelos manifestantes e tiveram de deixar o local às pressas para não serem agredidos.
Vídeos gravados por pessoas que passavam pela estrada e pelos próprios indígenas mostram o momento de tensão que culminou com tiros de munição não letal e uso de gás (veja as imagens abaixo). O Campo Grande News apurou que os indígenas se revoltaram com outro acidente com morte ocorrido na rodovia. A situação foi controlada com a chegada de mais equipes da PM e do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário) da Polícia Militar Rodoviária. Por volta de 13h, a pista foi liberada e a caminhonete guinchada.
Conforme boletim de ocorrência, guarnição da PMR se deslocou até o local. Os ocupantes do veículo foram conduzidos até a unidade do Bombeiros Militar para que fosse preservado sua integridade física diante a possibilidade real de linchamento. Foram realizados testes de bafômetros em todos ocupantes sendo que os valores verificados foram negativos.
Perto da distribuidora de bebidas Conti, o ciclista teria cruzado a rodovia e atingido pela Hilux. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas, mas o indígena morreu antes de ser socorrido.
O anel viário liga a BR-163 à MS-156 e à Avenida Guaicurus, na região norte do município. A via foi construída para desviar o tráfego de caminhões da área central e passa ao lado das aldeias Bororó e Jaguapiru e de áreas ocupadas pelos indígenas que reivindicam a ampliação da reserva. Os acidentes com mortes são frequentes.
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