Doença que tem feito o presidente Jair Bolsonaro (PL) evitar deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), a erisipela leva cerca de 12 vítimas à morte anualmente, em Mato Grosso do Sul, conforme dados do SUS (Sistema Único de Saúde), consultados pelo Campo Grande News nesta quinta-feira (17).
Segundo informado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ao jornal O Globo, a ferida nas pernas é o motivo pelo qual o presidente evita até mesmo a presença em compromissos oficiais.
De acordo com registros oficiais do Ministério da Saúde, entre os anos de 1996 e 2020, 315 moradores de Mato Grosso do Sul morreram em decorrência de erisipela. Em média, ocorrem 12 óbitos a cada ano, nesse período.
Do total, 166 vítimas eram mulheres e 149 eram homens. Pacientes brancos (168) foram mais comuns, seguidos pelos de cor parda (111), indígena (9), preta (5) e amarela (2).
O Campo Grande News já noticiou casos de pacientes que foram a óbito após internação relacionada à erisipela, tais como o confeiteiro Fabiano Pereira, de 36 anos, que pesava cerca de 300 quilos à época, e morreu em 2017. No ano passado, aos 83 anos, João Fernandes Damascena foi vítima no Hospital São Julião, onde trabalhava.
Incidência - Pacientes mais velhos são mais comuns - a faixa etária mais frequente, segundo os dados do Ministério da Saúde, são os pacientes de 80 anos ou mais - 94 vítimas. Além disso, 90 pacientes tinham entre 70 a 79 anos.
Em geral, pessoas com sistema imunológico fragilizado têm circulação sanguínea prejudicada e têm uma porta de entrada maior para a bactéria. Se a doença não for tratada, pode evoluir para uma infecção generalizada e causar a morte do paciente.
Segundo publicação da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, a erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias dos membros inferiores. Não é contagiosa.
A erisipela ocorre porque a bactéria Estreptococo penetra na pele, geralmente nas “frieiras', micose entre os dedos, mas qualquer ferimento pode ser responsável. A pele mais favorável é a das pernas inchadas, principalmente nos pacientes diabéticos, obesos e idosos.
Sintomas - Os primeiros sintomas podem ser aqueles comuns a qualquer infecção, tais como calafrios, febre alta, fraqueza, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele podem se apresentar rapidamente e variam desde vermelhidão, dor e inchaço até a formação de bolhas e feridas por necrose na pele, ou seja, a morte das células.
Se o paciente for tratado no início da doença, complicações são mais leves, mas casos não tratados a tempo podem progredir com abscessos, feridas superficiais ou profundas e trombose de veias. A sequela mais comum é o linfedema, um inchaço principalmente na perna e no tornozelo, resultante dos surtos repetidos de erisipela.
O tratamento deve ser administrado pelo médico e inclui uso de antibióticos específicos, redução do inchaço com repouso e pernas elevadas, ou até enfaixamento. Vale lembrar que somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
Também pode ser feito fechamento da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de pele e as frieiras; limpeza adequada da pele, eliminando o ambiente propício para o crescimento das bactérias; uso de medicação de apoio, como anti-inflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.
As crises repetidas de erisipela podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos sempre bem limpos e secos, tratando adequadamente as frieiras, evitando e tratando os ferimentos das pernas e tentando manter as pernas desinchadas.
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