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Pedro Chaves: "Em defesa do Pantanal"

Pedro Chaves: "Em defesa do Pantanal"

05/12/2016 às 07h42 Atualizada em 05/12/2016 às 10h42
Por: RegiãOnline
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correio do estado

 

Muito me orgulha contribuir com a defesa e o desenvolvimento sustentável do rico e frágil Pantanal. Meu primeiro pronunciamento na tribuna do Senado Federal, em maio de 2016, teve como tema a proteção desse bioma. Questionei o plantio de soja no planalto que, em alguns casos, libera cargas de agrotóxico e assoreia rios e córregos que alimentam a planície pantaneira.

Quero que as novas gerações de homens e mulheres conheçam as vidas, as cores e as águas do Pantanal como são atualmente. A natureza nos deu esse presente e nossa missão é garantir sua proteção, claro, sem querer tornar esse ecossistema algo apenas para contemplação. O Pantanal tem grande potencial que pode – e deve – ser trabalhado para gerar renda, emprego, lazer e novos produtos.

As pesquisas mostram que o bioma pode combinar o desenvolvimento de suas potencialidades econômicas com práticas ambientalmente sustentáveis. Não há contradição, desde que a responsabilidade ambiental esteja presente. A ciência disponibiliza tecnologias que podem ajudar esse processo sem grandes problemas.

Como se sabe, a pecuária faz parte da tradição pantaneira há mais de 200 anos; a pesca de subsistência é integrada à cultura regional e constitui importante fonte de proteína para as populações ribeirinhas e outras. O ecoturismo é outra atividade econômica em plena expansão. Não são poucas as pousadas e os hotéis que existem ao longo do Pantanal convivendo tranquilamente com a natureza.

A Embrapa Pantanal, com base em Corumbá, desenvolve intenso trabalho de pesquisa, com sucesso, objetivando identificar plantas e raízes com caraterísticas medicinais, aromáticas e condimentares. A ideia é que esses insumos se transformem em produtos de perfumaria, cosméticos, medicinais e alimentícios.

O que não pode haver é abuso no planalto e na planície, o Estado precisa estar presente na vida do Pantanal para coibir os excessos. Aquelas ações desprovidas de consciência ambiental enfrentarão o rigor da lei e a vigilância da sociedade.

Preocupado exatamente com os excessos, estou liderando intenso trabalho de articulação política e técnica, com apoio do Senado Federal e outras entidades, objetivando assegurar algum nível de consenso que permita criar uma legislação moderna e comum para esse bioma.

Nessa perspectiva, em outubro último, ajudei a organizar uma agenda de três dias em Miranda, no coração do Pantanal, com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e os governadores Pedro Taques, de Mato Grosso, e Reinaldo Azambuja, de Mato Grosso do Sul, além de produtores rurais, ambientalistas, ribeirinhos, autoridades estaduais e nacionais, empresários da área turística e pesquisadores, com o objetivo de criamos as condições para que o Pantanal, tanto em Mato Grosso como em Mato Grosso do Sul, tenha uma legislação comum para os dois estados.

O Pantanal é um só, foram os homens que dividiram esse santuário ecológico em dois: Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. A verdade é que a natureza não conhece fronteira, ela é indivisível.

 

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