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Aos 85 anos, morre Delinha, a "Dama do Rasqueado"

Aos 85 anos, morre Delinha, a "Dama do Rasqueado"

16/06/2022 às 08h58 Atualizada em 16/06/2022 às 09h43
Por: RegiãOnline Fonte: THAILLA TORRES / CAMPO GRANDE NEWS
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Sorriso de Delinha ao ser ver nas telas do cinema, em 2016. (Foto: Arquivo Campo Grande News / Alcides Neto)
Sorriso de Delinha ao ser ver nas telas do cinema, em 2016. (Foto: Arquivo Campo Grande News / Alcides Neto)

 

  • Delanira Pereira Gonçalves, a cantora Delinha, de 85 anos, morreu em Campo Grande, de acordo com informações do filho João Paulo Pompeo. A artista foi vítima de uma pneumonia, ficou internada por onze dias até receber alta no dia 25 de maio e se recuperava em casa.
  • “Quero comunicar o falecimento da minha mãe, está com Deus Nossa Senhora do Perpétuo Socorro', publicou nas redes sociais.
  • Grande cantora, Delinha ficou conhecida carinhosamente como a 'Dama do Rasqueado' pelo talento nos palcos que arrastava multidões para os bailes. A chamamezeira nasceu em Vista Alegre, distrito de Maracaju, em 7 de setembro de 1936.
  • Mudou-se com os pais para Campo Grande quando tinha 8 anos de idade e foi morar na então casinha de madeira, no Bairro Amambaí, onde viveu até seus últimos dias.
  • Pequenininha, cantava “A Jardineira', música de Orlando Silva, o que levou sua mãe a colocar no coral da Igreja Perpétuo Socorro, na qual ela cantou até depois de noiva. Em 1968, perdera o pai e dezoito anos depois a mãe, vítima de câncer.
  • Por causa da música, conheceu Délio, seu companheiro em mais de 50 anos de carreira. Os dois se casaram em 1958 e ficaram conhecidos como o “casal de onças do Mato Grosso'. A dupla gravou 19 LP's, 2 Compactos, 14 78 rotação, 4 CD's e 2 DVD's; são a dupla e os artistas sul-mato-grossenses com a maior discografia da história do Estado com 32 títulos.
  • Os dois chegaram a morar 8 anos em São Paulo, na intenção de fazer sucesso nas rádios e programas de televisão da época. Voltaram para Campo Grande consolidados e aqui permaneceram.
  • Foram 25 anos casados até o divórcio. Depois da separação, Delinha ficou um tempo sem produzir música até que em 1978 voltou a se reunir com Délio quando foram convidados para cantar em show no Círculo Militar. Mas foi em 1993 que a dupla voltou de verdade para os palcos, motivada pelos admiradores da música e fãs. Cantaram juntos até 2010, ano do falecimento de Délio.
  •  Delinha perdeu dois maridos, Délio em 2010 vítima de câncer e Jairo Barbosa em 2012 após complicações de hipertensão. Ela foi casada com Jairo durante 32 anos após separação com Délio.
  • Após o luto, Delinha seguiu carreira solo. Filha única, na casinha de madeira onde foi criada e com a mesa onde aprendeu as primeiras letras do alfabeto, seguiu recebendo amigos, músicos e cantando.
  • Em 2014, no aniversário de 78 anos, Delinha recebeu a equipe do Lado B pela primeira vez na residência que ouviu o “Sol e a Lua' muitas vezes. Naquele tempo a casa já era recheada de muitas histórias, lembranças de shows, discos, troféus e as saias rodadas, mais de 200 para a cantora escolher em suas apresentações. O mais importante era o altar de nossa senhora. Religiosa, Delinha rezava todas as noites.
  • Quando completou 80 anos, em 2016, Delinha virou estrela de um documentário sul-mato-grossense: “A Dama do Rasqueado', da cineasta Marinete Pinheiro. No ano seguinte, o filme foi vencedor da Mostra Nacional do Sesc e rodou o País com exibições gratuitas.
  • Em 2020, quando a pandemia da covid-19 exigiu isolamento, a voz da Dama do Raqueado só chegou ao seus fãs por meio de live e um pen drive com mais de 300 músicas. Foi a chance que a cantora teve de animar seus fãs com canções que marcaram a época e sem sair de casa.
  • Meses depois, quando artistas foram para a internet se apresentar em lives, Delinha teve sua apresentação transmitida pelo Campo Grande News a 56 mil pessoas.
  • Naquele mesmo ano, ainda de máscara e seguindo o distanciamento, Delinha concedeu uma entrevista pra lá de divertida ao Lado B falando sobre o cigarro e a “marvada' [bebida]. Na ocasião, a frase “envergo mas não quebro' ficou marcada e o desejo era chegar, pelo menos, aos 100 anos.
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