Clayton Neves - Campo Grande News
Um ano e um mês depois da morte do marido, o motoentregador Carlos Alexandre de Oliveira Feitosa, na época com 25 anos, a família relata série de dificuldades e cobra celeridade na conclusão do inquérito, que ainda segue aberto na Polícia Civil. Carlos morreu três dias após o nascimento da filha, depois de ser atingido por uma caminhonete, enquanto fazia uma entrega em Nova Alvorada do Sul.
"Moro de aluguel e hoje, vivo com a pensão de R$ 550. Como ele tinha outra filha, o valor teve de ser dividido. As coisas se tornaram muito difíceis e passei a depender da ajuda de familiares", conta a viúva de Carlos Alexandre, Tiphany Faustino da Silva, de 23 anos.
Segundo ela, o motorista que provocou o acidente nunca procurou a família ou ofereceu qualquer ajuda. "Passa por mim e finge que nada aconteceu. Nunca nos deu um pacote de fralda", completa.
Tiphany alega que a família não consegue entrar com pedido de indenização, porque o inquérito que apura o acidente ainda não foi concluído pela polícia. "Eles falam que estão aguardando laudo, depois dizem que a pandemia fez as coisas demorarem. Nisso, já se passou mais de um ano e nada", conta.
Agora, sem suporte, "É uma barra. Tive que segurar firme e ser muito forte para não entrar em uma depressão pós-parto. Minha filha já perdeu o pai com três dias, sabia que ela iria precisar de mim", finaliza.
No dia em que morreu, na noite de 9 de dezembro de 2020, Carlos estava a caminho de uma entrega de pizza, quando foi atingido pela caminhonete S10 conduzida por Wellington Guardacione. A colisão aconteceu no cruzamento das ruas Waldemar Coelho com Antônio Carlos Barbosa, em Nova Alvorada do Sul. Wellington não foi preso e responde em liberdade.
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, que informou que o inquérito ainda segue em andamento. Aguardamos retorno sobre os motivos de a conclusão ainda não ter sido feita após mais de um ano de investigações.
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