Seis celulares foram apreendidos nesta segunda-feira (2), quando eram introduzidos no Estabelecimento Penal de Rio Brilhante (a 163 km de Campo Grande), escondidos em um aparelho de televisão. A TV estava sendo levada ao preso Alex Justino Magalhães por uma advogada residente em Fátima do Sul.
A profissional, especialista em direito previdenciário, alegou não saber da existência dos aparelhos ilegais dentro da TV. Ela foi liberada por decisão do diretor do presídio, Adelson da Costa Machado, e nem chegou a ser levada para a Polícia Civil.
Os agentes penitenciários informaram à advogada que pelo fato de o aparelho estar lacrado, passaria com ela pelo scanner corporal – procedimento adotado costumeiramente, quando existe suspeita de produto ilícito.
Segundo o relatado pelos agentes, a advogada concordou e fez questão do procedimento. Durante a passagem da TV pelo scanner, foi detectado algo suspeito e o aparelho foi desmontado.
Dentro da televisão, além dos seis celulares, foram encontrados 11 carregadores de celular, dois conectores de pendrive, dois pendrives, cinco fones de ouvido, seis chips e quatro cartões de memória de 32GB.
A advogada alegou não ter conhecimento dos produtos ilegais dentro da TV e disse que pegou o aparelho na caixa, ao lado de uma assistência técnica em Dourados, de pessoa que não soube informar o nome.
Como foi liberada no próprio local pelo diretor, ela nem chegou a ser levada para a Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada por crime de promover entrada de aparelho telefônico em unidade prisional. Inquérito será instaurado para apurar o caso.
O Campo Grande News procurou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) para saber se a decisão tomada pelo diretor seguiu o procedimento correto. Em nota, a agência informou que o caso será apurado pela Corregedoria-Geral.
“Importante destacar que este não é considerado o procedimento padrão da instituição, e em caso de flagrante deve ser encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil do município para providências cabíveis', diz a autarquia. A assessoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso do Sul também foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o caso envolvendo a advogada.
*Matéria alterada às 15h30 para acréscimo da posição da Agepen.
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