Segunda, 30 de Setembro de 2024
20°C 36°C
Dourados, MS
Publicidade

MS está perto de confirmar seu maior investimento desta década

MS está perto de confirmar seu maior investimento desta década

11/05/2021 às 11h20 Atualizada em 11/05/2021 às 15h20
Por: RegiãOnline
Compartilhe:

CORREIO DO ESTADO / EDUARDO MIRANDA

A estrutura que poderá ser a maior fábrica de celulose do Brasil e uma das mais eficientes do mundo poderá começar a ser levantada ainda neste ano, possivelmente no segundo semestre.

Trata-se da terceira linha de produção da Suzano em Mato Grosso do Sul, em Ribas do Rio Pardo. Por causa de suas dimensões e de sua ambição, o projeto da futura fábrica, que ficará distante cerca de 100 quilômetros de Campo Grande, recebeu o nome de Jubarte.

A comparação com a baleia faz sentido: a capacidade de produção da fábrica será de 2,2 milhões toneladas de celulose por ano e demandará investimentos de aproximadamente R$ 14 bilhões para que seja instalada.

As tratativas com o governo de Mato Grosso do Sul e autoridades municipais de Ribas do Rio Pardo estão a todo vapor.

Mais informações só não são divulgadas oficialmente porque a Companhia Suzano – maior produtora de celulose de eucalipto do mundo – é uma empresa de capital aberto e anúncios deste porte devem ser feitos primeiramente ao mercado.

A expectativa de várias autoridades de Mato Grosso do Sul é de que a empresa confirme a instalação da nova planta na quarta-feira (12), quando anunciará os resultados do primeiro trimestre de 2021 aos seus acionistas.

“A terceira unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo só será confirmada após a nota oficial, temos de aguardar a apresentação dos resultados, a previsão de investimento é de R$ 14 bilhões', afirmou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

OS SINAIS

O primeiro grande sinal dado pela Companhia Suzano sobre a intenção de construir em Ribas do Rio Pardo o seu maior complexo industrial de celulose ocorreu em dezembro de 2019, quando anunciou ao mercado que havia comprado 106 mil hectares de terra e obtido licença ambiental para execução do projeto Jubarte.

As raízes do projeto foram fincadas há aproximadamente uma década, com a iniciativa das fazendas Boi Preto e Santa Clara de fundar na cidade vizinha a Campo Grande uma grande área de produção de eucalipto.

Inicialmente, atenderia as fábricas de celulose de Três Lagoas e em um segundo momento criaria condições para a instalação de uma planta no município.

A intenção da Suzano era encaminhar o projeto logo após a incorporação da Fibria, na segunda metade da década passada, mas, de lá para cá, houve crises econômicas e a pandemia, o que fez com que o projeto perdesse a velocidade de incorporação.

O segundo grande sinal foi dado em dezembro do ano passado, quando a companhia anunciou que a implantação do projeto Jubarte demandaria aproximadamente US$ 2,7 bilhões em investimentos.

O objetivo da Suzano é que a linha de Ribas do Rio Pardo seja a mais competitiva da companhia.

Os diferenciais são muitos: as florestas produtoras ficarão distantes no máximo 60 quilômetros da indústria e a relação custo-caixa para a produção poderá ser de US$ 90 por tonelada, enquanto a média das outras plantas da empresa é de US$ 120.

O terceiro sinal passou a ser dado desde março, quando os estudos técnicos na área da Fazenda Santa Clara, às margens da BR-262 – rodovia que liga Campo Grande a Três Lagoas – tiveram início.

As medições da área já ocorreram e o estudo de viabilidade técnico-econômica estava em andamento no mês de abril.

A expectativa era de que, assim que fossem finalizados, esses estudos seriam submetidos ao Conselho de Administração da Empresa. Por causa desta cronologia, é grande a expectativa de que a confirmação da unidade ocorra ainda neste ano.

MOVIMENTAÇÃO

O Correio do Estado apurou que autoridades estaduais e municipais de Ribas do Rio Pardo esperam que as obras comecem neste ano e que a planta seja ativada em 2024.

Neste semestre, a Suzano deu um quarto grande sinal: constituiu uma pessoa jurídica em Ribas do Rio Pardo com capital social de R$ 9,2 bilhões. Por enquanto, a atividade da pessoa jurídica é de “extração de madeira em florestas plantadas, apoio à produção florestal e cultivo de eucalipto”.

Futuramente, porém, a atividade deve ser ampliada para produção de celulose, assim como ocorre com as duas plantas de Três Lagoas, que atualmente são as maiores do Brasil.

Em Ribas, a movimentação já é grande. Empresas que prestarão apoio à instalação da fábrica já procuram terrenos. A prefeitura, por outro lado, já se movimenta para a criação de moradias de caráter provisório (alojamentos).

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias