A semana também começou mais cara para quem abastece com etanol em Campo Grande. Após o preço da gasolina disparar nos primeiros dias de 2021, alguns postos já passam para o cliente reajuste relativo também ao álcool.
Conforme apurou a reportagem do Campo Grande News, o valor do litro chega a atingir R$ 3,99 nas unidades da região central da Capital. São R$ 0,70 a mais do que o pago por alguns consumidores até o final da semana passada. O preço mínimo verificado foi de R$ 3,67.
O novo valor pegou de surpresa o caminhoneiro Eliel Márcio Daleffi, 43 anos, no último domingo, três dias depois de abastecer pela última vez. No posto, localizado na região sul da Capital, onde ele abastece habitualmente, o valor saltou de R$ 3,39 para R$ 3,69. “Uso álcool para abastecer caminhão e carro'.
Na ponta do lápis do orçamento doméstico, o reajuste representa um aumento de 60%. O caminhão, que ele usa para trabalhar, precisa em média de R$ 15 mil por mês para rodar. No carro de passeio, o gasto médio é de R$ 800.
Para quem depende do veículo para trabalhar, o impacto é diário. Motorista de aplicativo Fabio Barbosa, 33 anos, está indignado com os preços. 'Pra gente que tem que abastecer todo dia pesa ainda mais. Aumentou praticamente 30 centavos em uma semana. Está um absurdo isso', afirmou.
Leandro Kruki, 27 anos, lembra que o valor aumenta ainda mais quando o pagamento é no crédito. O reajuste impactou também nas horas de trabalho. A carga horária subiu de 8h para 12h horas para poder bancar o orçamento.
Mesmo assim, ele ainda acha que o preço compensa em relação ao diesel. “A diferença é de R$ 1 em relação a gasolina. Ainda compensa. O álcool é uma opção ainda apesar de subir o preço', acredita.
Os postos que já aplicaram reajuste na bomba estão sendo notificadas pelo Procon-MS (Superintendência para Orientação do Consumidor).
Mais expressiva - De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), entre os dias 15 e 19 de fevereiro, a referência para o etanol hidratado avançou 12,43% em relação à anterior, com média de R$ 2,5268 o litro nas usinas.
O preço ao produtor não considera a incidência de PIS/Cofins e de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Os pesquisadores afirmam que é a valorização semanal mais expressiva do biocombustível nesta safra 2020/21 e está ligada ao período de entressafra, além do aumento aumento da gasolina nas refinarias.
No caso da gasolina, o aumento anunciado pela Petrobras é o quarto de 2021, com acumulado de 34% nas bombas. Desta vez o percentual foi de 10,2%, o que corresponde a R$ 0,22 a mais.
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