Joaquim Padilha
Uma pesquisa inédita elaborada por economistas das universidades de Yale e Columbia, nos Estados Unidos, e da PUC-Rio, no Brasil, mostrou que a diferença entre o ganho salarial médio de homens e mulheres aumenta com o avanço da idade.
Segundo a pesquisa, essa diferença mais que dobra em 15 anos: aos 21 anos, uma mulher ganha em média 15% a menos do que um homem da mesma idade exercendo a mesma profissão. Já aos 36 anos, a mulher ganha 34% a menos que o homem de mesma idade.
Vários critérios foram utilizados para definir os grupos a serem comparados, como ter a mesma escolaridade, ocupação e tempo de serviços semelhantes, tomando como base o banco de dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).
Segundo os cálculos dos economistas, as pausas nas carreiras das mulheres mais produtivas e bem remuneradas, são responsáveis por 32% do aumento da diferença salarial entre homens e mulheres.
Essas pausas são muitas vezes ligadas à maternidade - ou por causa de uma licença, ou por causa de uma demissão forçada. Esse impacto reduz o tempo de serviço da mulher, diminuindo as chances de contratação/efetivação em postos mais bem remunerados.
Após 15 anos do fim de sua graduação, as mulheres com filhos têm oito meses a menos de tempo de serviço do que os homens no mesmo período. Em média, os trabalhos profissionais executados por essas mulheres com filhos também ocupam 24% menos horas por semana, o que diminui a experiência dessas mães.
Para a pesquisadora Regina Madalozzo, do Insper, boa parte das mulheres desaceleram na carreira de trabalho por terem a sensação de quem algum momento de sua carreira terão de enfrentar limites ao seu desenvolvimento profissional - como a maternidade.
"O custo de continuar investindo na carreira, sem perspectiva de retorno, fica muito alto", afirma Regina. "Isso não ocorre só com mães, embora a chamada "penalidade pela maternidade" pareça frequente", esclarece.
(com supervisão de Evelin Cáceres)
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