Joaquim Padilha
Em recompensa ao compromisso de votarem a favor da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer (PMDB) planeja pagar até R$ 1,9 bilhão de emendas parlamentares em atraso aos deputados compromissados.
Em reunião nesta segunda-feira (8), Temer pediu que seus ministros priorizem o repasse de recursos a 330 parlamentares na distribuição das emendas usadas para bancar obras e projetos apoiados pelos deputados.
O valor de R$ 1,9 bilhão corresponde ao montante que deve ser pago por esses projetos indicados pelos parlamentares até o fim do ano, o equivalente a R$ 6 milhões por deputado.
A ideia é que com os pagamentos diminua a resistência entre as bancadas na aprovação da reforma da Previdência. As liberações devem ser feitas nas próximas três semanas.
Os principais investimentos serão nas áreas dos ministérios de Saúde, Cidades e Integração, que mais recebem demandas de parlamentares. Cada parlamentar pôde, este ano, pedir até R$ 15 milhões em emendas.
Em contrapartida, os deputados que votaram contra as propostas do governo recentemente devem ficar de fora do pacote de emendas liberadas - e seus projetos devem ficar retesados até o fim do ano.
Enquanto demite funcionários indicados por integrantes da base que se opuseram às propostas do governo e beneficia apoiadores, Temer espera conquistar os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência.
Nesta terça-feira (9), a comissão especial que discute a reforma da Previdência deve concluir a votação do texto, que deve ir a plenário no final de maio ou junho.
(com supervisão de Evelin Cáceres)
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