Os agrotóxicos são produtos químicos utilizados em lavouras para garantir a produtividade, evitando doenças e possíveis pragas. No entanto, seu uso pode representar significativos riscos ambientais e à saúde humana.
Com esse cenário de fundo, visando encontrar um defensivo agrícola menos agressivo do que os agrotóxicos, a engenheira florestal Cátia Libarino desenvolveu um estudo com óleo de eucalipto para reduzir a manifestação de doenças em plantas.
A pesquisadora baiana conta que atualmente existe um déficit na academia sobre estudos do controle de doenças em plantas, como o uso de produtos de origem vegetal, em vez de químicos. “A ideia surgiu após observar manchas foliares em árvore de macadâmia provocadas pelo fungo Neopestalotiosis clavispora. Foi quando comecei a dar início ao estudo com óleos e extratos vegetais de eucalipto”, afirmou.
Cátia enfatiza em sua pesquisa que há a necessidade de valorizar os produtos florestais não madeireiros, que são mais sustentáveis, pois eles geram menos danos ao meio ambiente.
De acordo com a baiana, o produto fitossanitário “pode ser de grande utilidade para pequenos produtores rurais ou para aqueles que praticam a agricultura de forma orgânica”.
“Os pequenos agricultores podem comercializar um novo produto, que são as próprias plantas, mas agora com um viés diferente, que é vender o óleo fungicida natural. Além disso, caso não possa produzi-lo, o próprio extrato das folhas pode ser uma opção imediata (mesmo não sendo tão eficaz quanto o óleo), pois é fácil de preparar com um processador mecânico, e sua capacidade de biodegradabilidade no ambiente torna o processo mais acessível”, concluiu.
Para extrair o óleo da árvore de eucalipto, é feito um processo chamado hidrodestilação. São aproveitadas justamente as folhas, geralmente ignoradas pelas madeireiras, que desejam apenas a madeira para construção de vigas, fabricação de móveis, etc. Utilizá-las na produção em larga escala para gerar um agrotóxico natural pode ser uma alternativa para evitar que as mesmas sejam descartadas.
O projeto recebeu apoio dos professores Quelmo Novaes e Dalton Júnior, da Uesb, além da professora Patrícia Krepsky, da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
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