Da Redação, Ivi Hoje, CGNews
Ele sentia dor imensa, que nem a mãe atenta conseguiu descobrir a origem. Mas tudo piorou depois de ter perdido o que considerava o 1º amor, outro ponto dramático dessa história que une 2 famílias.
No dia 4 de julho, a menina de 12 anos cometeu suicídio. César foi ao velório, depois passou a procurar respostas com a mãe da garota e nas últimas semanas de vida só chorava. No domingo, 28 de julho, tirou a própria vida.
A vontade de falar publicamente sobre o caso surgiu da mãe, a cabeleireira Patrícia Romero, de 33 anos, na tentativa de alertar pais para um problema assustador, que por muito tempo teve o debate como tabu.
Ela diz que tentou de tudo durante os 24 dias entre uma morte e outra. Deu amor, procurou especialista, pediu ajuda da escola e se ajoelhou diante do filho pedindo pela vida. “Mas a dor dele parecia muito grande. Às vezes ele parecia bem, cheio de sonhos, com vontade de viver, mas quando lembrava dela, chorava, dizia que não viveria sem”, descreve.
Mas o sofrimento não parecia ser pela perda recente. Pouco antes da menina se matar, César já passou a falar da vontade de morrer. “Ele já vinha com depressão há algum tempo. Ele estava perturbado, queria matar aula porque queria sair, queria andar e, com o passar dos dias, ele brigava na escola, ficava afastado dos colegas, dizia que queria se matar”.
Mãe conta sobre os últimos dias do filho que também perdeu namorada para o suicídio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Depois que a menina partiu, Patrícia entendeu que ele também precisava de ajuda. Passou então a lutar pela vida do filho. “Eu tinha muito medo que isso acontecesse com ele. Porque depois que ela se foi, tinha momentos que ele ficava bem e caia de novo”.
Patrícia diz que o filho já fazia terapia, mas nas últimas semanas escolheu ir ao psiquiatra. “Então eu corri para tentar marcar um médico para ele, para ser consultado e tomar remédio, mas não deu tempo”.
Ela acreditava que abraçar e pedir para César viver o faria superar a dor que sentia. Mas não foi assim que aconteceu. Os últimos 24 dias foram difíceis em casa, principalmente, na escola. “Eu tinha ido à escola porque ele teve problemas com um colega, então falei do momento difícil que ele estava passando, mas foi só isso, não recebemos nenhuma ajuda”.
A mãe diz que entendia as dores do filho e também os momentos de rebeldia da adolescência. “Além da dor, os jovens de hoje não querem esperar a hora certa, a vida parecia ruim porque nem sempre ele tinha as coisas que queria. Eu dei amor, falava todos os dias que o amava, quando ele vinha com grosseria eu tentava entender, mas não era só isso, ele precisava de mais ajuda”.
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