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Por socorro índios recorrem ao governo estadual e ao MPF

Por socorro índios recorrem ao governo estadual e ao MPF

18/06/2019 às 09h35 Atualizada em 18/06/2019 às 13h35
Por: RegiãOnline
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Por Campo Grande News

Três indígenas morrem por semana nas aldeias da região sul do Estado. A taxa de homicídio de indígenas na região é 400% maior que a dos não índios em Mato Grosso do Sul, segundo levantamento do MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul). Diante do aumento da violência, lideranças indígenas Guarani, Kaiowá e Terena se reuniram na manhã desta segunda-feira (17) com o secretário de governo, Eduardo Riedel, em um “grito de socorro” por segurança pública.

“Estamos trazendo a nossa dor. Não temos segurança nas aldeias, não tem mais remédio. Nós somos rezadores e não podemos mais rezar, a pessoa que vai para a igreja não pode mais sair e até a criança que vão para a escola tem que tomar cuidado. É muito perigoso. É o nosso choro que estamos trazendo”, descreveu a cacique da aldeia Jaguapiru, Alda Silva, durante coletiva imprensa na tarde de hoje.

Para as lideranças, o problema está diretamente ligado ao consumo de drogas e álcool. “Nós indígenas sem a bebida e a droga não brigamos”, apontou o conselheiro indígena da nação Guarani, Getúlio Juca.

Na última semana, Josias da Silva Machado, de 48 anos, Pedro Avila Morales Filho, de 19 anos e Junior Abraão da Silva, de 31 anos morreram em reservas indígenas de Dourados, cidade a 233 quilômetros de Campo Grande. As mortes entram para os índices de violência nas aldeias, que na contramão dos indicadores de Mato Grosso do Sul, cresceram nos últimos anos.

Entre 2012 e 2014 a taxa média de homicídios no Brasil foi de 29,2 a cada 100 mil habitantes. No estado a taxa de homicídio é de 26,1 a cada 100 mil habitantes. Entre os indígenas esse número dobra e chega a 55,9 a cada 100 mil habitantes. Quando o recorte é feito nas reservas indígenas no sul do estado, a taxa de homicídio chega a 101,18 por 100 mil habitantes.

“O que nós pretendemos é que haja uma mudança de enfoque no Estado em relação

às populações indígenas. Não é possível que nós tenhamos índices decrescentes de violência em relação a população como um todo e índices crescentes de violência em relação a população indígenas. É um quadro aterrador, um flagrante de violação”, afirmou o procurador da república de MS, Marco Antonio Delfino de Almeida.

Para o procurador a reunião com o Governo do Estado é o primeiro passo para discutir a segurança nas reservas. “Essa reunião vem justamente para isso, para ver como vamos atuar para tornar os indígenas efetivamente cidadão. Não só cidadão de papel, mas cidadão a acesso a todas as politicas pública, inclusive segurança”, disse.

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